terça-feira, 30 de julho de 2013

Licença de Maternidade

Afinal não é eterna... a menos de um mês para chegar ao fim (como é que é possível? Como é que já se passaram quase 5 meses?!).
Caiu-me a ficha hoje, após ter recebido um email do trabalho já com a escala de Serviço para o mês de Setembro...

HELLLLLLLLPPPPPPPPP MEEEEEEE!!!!!!
AAAAHHHHHHHHHH! (= grito de pânico).

ESCRITA CRIATIVA - Decisões difíceis...

(A versão da Carlinha. Tentou fugir ao seu estilo sério: conseguiu esta estória alternativa...)


Escreva sobre uma das mais difíceis decisões que teve de tomar na sua vida.

“… que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer…” (Aquele Inverno, Delfins)

 

Marta não se conteve: abriu sozinha o envelope; 1:32 - estava lá escarrapachada a probabilidade – ela sabia que se aquela fosse inferior a 1:260, decisões difíceis teriam de ser tomadas. E foram.

Telefonou ao João a dizer-lhe que já tinham ligado da Clínica, que teriam consulta  dalí a três dias; antes era imperativo falarem, porque ela ainda não tinha decidido o que fazer.  Os seis dias de espera do resultado do rastreio bioquímico ao sangue, que confirmaria uma elevada probabilidade do seu filho (Marta não gostava de chamá-lo de embrião)  ter uma síndroma que o tornaria uma criança totalmente dependente até ao fim dos seus dias, foram passados a “mudo” no que se refere a este assunto (e a quase todos os outros) e não houve momentos de intimidade entre o casal, porque a mulher não queria acreditar que aqueles míseros quatro milímetros de aumento da espessura da prega da nuca, medidos na ecografia, significariam alguma coisa; não numa vida concebida com puro amor e desejada com todas as suas forças. (Não acreditava, mas sabia que era possível e tinha medo - tremia).

A escolha de fazer ou não a amniocentese era o preâmbulo da decisão que teriam de enfrentar a seguir: abortar ou não. Marta sempre fora anti-aborto. Em teoria, independentemente do resultado do estudo genético, o aborto não seria realizado – era o que defendia até àquele momento, em que a vida a ponha à prova. João era pragmático: “faz-se já” e saltava-lhe um prepotente autoritarismo, que conseguia assustar Marta, a que esta não estava habituada (por isso, a magoava de forma singular). Sim, ele era o pai, mas ela era a Mãe e a Mãe é sempre mais-que-tudo: a vida estava nela - matar o filho?! Que espécie de homem escolhera para amar? E teria João o direito a outra opinião que não a dela?.

A amniocentese foi feita. Foram nove dias de ansiedade angustiada para os dois (para os três?). Ficaram nódoas na alma, fendas no casamento e olhares com tom de voz agressivo ou calados que, pelo menos a rapariga, sabia que não conseguiria esquecer.

A resposta chegou indirectamente por telefone, pela entoação que a obstetra conseguiu dar ao seu discurso: “apareçam cá hoje ao final da tarde”.

(…)

Vicente nasceu; João saiu de casa.

Viver dói. O Vicente sou eu.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

7º desafio


Qual será a cor da revolta? Escreva sobre ela.

                (Não tenho dinheiro. Estou desempregada.)

Revelo tudo desta experiência a troco de três reivindicações. Submeti os sentimentos ao espectrofotómetro e descobri a sua cor. Fiz uma lista, um TOP 5 que um “Era uma vez um Portugal” sentiria, se pudesse sentir: comecei pela REVOLTA. Pensei em situações de vida e de não vida, nas pessoas e nos outros: chorei um Portugal que um dia foi um País, e na revolta comedida e remediada da maioria dos portugueses, nos quais me incluo.

(Preciso de dinheiro; sou capaz de o roubar – vender o corpo, é que não!).

                Desprovida de emoção, examinei-a: a minha retina transformou-se num Prisma de Goethe e vi, por espectrofotometria, a cor da revolta – três segundos de pura revolta colorida. Tantas horas se passaram… a pão e água, a água (só)… Por fim, a descoberta do século: será uma revelação surpreendente, com transmissão em direto para o mundo - esqueçam as outras duas exigências, basta-me dinheiro. A veracidade do resultado é inquestionável e um milhão de euros por uma descoberta deste calibre é uma pechincha – ofereço a patente.

AZUL. Não, esperem! Queria antes dizer: verde (Sporting); minto – vermelho (Benfica!). Azul? Estarei só eu confusa ou apenas a tentar endrominar-vos? Enquanto eu não revelar a minha descoberta, persistirá a completa desgovernação, toda uma Bandeira enxovalhada à espera de salvamento. Abro a janela para desanuviar o ar e pressinto uma hipoglicemia: tonturas e suor (e outra lágrima). Se for preciso mentir, eu minto (nunca acreditem nos mentirosos), mas por um milhão de euros eu conto tudo e nunca mais ouvirão falar de mim. Palavra de honra que não. Apanho um avião – desses que ainda voam – e ponho-me a milhas daqui. Vender o corpo é que não.

(Amanhã é dia de pagar a prestação da casa. Não me lixem).

Para não deixar pistas, rapidamente desmonto o arsenal de aparelhos e queimo os rascunhos dos cálculos que fiz para as experiências-teste. Sorrio-me: neste momento sei de coisas que mais ninguém sabe. Imagino champanhe nos tubos de ensaio e brindo a mim. Dispo a bata, fecho a porta do laboratório clandestino – um quarto na minha casa - (duas voltas e o trinco de segurança) e assobio de mim para mim o Trem das cores de Caetano Veloso, tentando controlar a taquicardia, normal, quando se acabou de fazer uma descoberta que nos fará – e à humanidade - mudar de vida.

(Tenho fome.)


Adeus Portugal.

(GOSTARAM?! Vão lá agora ler o da CARLINHA)

RUCA

Enquanto teclo, estou a ver RUCAS com o meu mais velho. Neste episódio, está o Ruca com os amigos a brincar com plasticina... O meu filho S. (29 meses) saiu-se agora com esta:

ELE - "Mamã, eu quero ir para a casa do Ruca"...
EU: - "Está a chover filho e a mamã não sabe onde é que ele mora".
ELE: - "Vamos de carro. Pergunta ao papá!"


 

Leitura não aconselhada a pessoas sensíveis

KIDS - Dilema

O meu BUDINHA dorme. Está num soninho tranquilo à minha frente, vai fazendo uns sorrisos para o ar e respira num compasso lento. Eu estou esticada no sofá, teclo e vejo um Querido Mudei a Casa (essa nova funcionalidade da MEO, das gravações automáticas, é deveras espectacular!) e tenho sono mas, ao mesmo tempo, preguiça em levantar-me e preparar para a cama. O dia foi cansativo e de correria.

O dilema: eu sei que ele fez cocó - acordo-o ou não para mudar a fralda? Finjo que não reparei - ah e tal... e continuo aqui tipo lontra, como quem não quer a coisa e depois logo se vê? (Problema desta segunda hipótese: se acontecer desgraça a sério - sou eu que limpo...mas... está-se tão bem agora...)

Ai, ai...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Fanta maracujá

E perguntem-me vocês: uma latinha dessas de 330 ml, quantos gramas tem de açúcar?

Suspense...
Suspense outra vez...


40. 40, meu Deus = 7 pacotinhos de açúcar!

VÁ DE RETRO.


terça-feira, 23 de julho de 2013

Aulinha de genética - Grupo AB0

A propósito desta publicação...


GRUPOS sanguíneos ABO (zero)

- Aviso desde já que há vários grupos sanguíneos… este é o mais básico, que poderá ser entendido como “cultura geral” e que, na novela Dancing Days, foi erradamente usado!

O médico da Júlia concluiu que as raparigas eram meias-irmãs partindo do pressuposto que uma delas era do grupo AB e a outra B! Está mal. Podem perfeitamente ser irmãs. Dava direito a processo no tribunal…

Vejamos:

Nós herdamos de cada um dos progenitores uma letra (alelo): A,B ou 0 (Zero).

- O “O” é o + fraquinho” (recessivo) – ou seja, para se ser do tipo “O”, temos que herdar dos pais dois “O” – OO (e somos os dadores universais – podemos dar sangue a toda agente – é o grupo dos altruístas, mas só recebemos dos “Zero”, como nós);

- As letras dominam de igual forma, logo, se eu herdar de um dos progenitores o alelo “A” e de outro o “B” – o meu grupo sanguíneo é “AB” (podemos receber sangue de “todos” – somos os egoístas! – só podemos dar aos AB, como nós).

- Para eu ser “A” e “B” – posso ter dos genótipos: “AO” ou “AA” (para os B a mesma coisa).

Perante esta explicação, se os pais das miúdas forem, por exemplo, os dois AB, dá perfeitamente para elas terem aqueles grupos diferentes; se um dos pais for AB e o outro for A ou B também dá (porque lembrem-se que para ser A posso ser ou AA ou A0…)

Muito confuso?
(Esforcei-me para não usar palavreado médico...)

Diz-me a que cheiras e dir-te-ei quem és

O título não tem nada a ver com o conteúdo deste post. Soou-me bem, só isso, ainda que seja um título um pouco longo. Poderia ter escrito simplesmente "perfumes" ou, noutra versão, "Cocó". Qualquer coisa. Poderia mesmo começar a escrever isto - que ainda não sei bem no que vai dar- sem nenhum título. Se o baby F. acordar, acabou-se, acaba-se logo tudo, porque ele vai berrar, que é como quem diz, a pedir comida; e eu vou ter que lhe dar, se quiser conservar os tímpanos saudáveis durante mais alguns anos.
O outro dia passei cerca de uma hora na Perfumes&Companhia e cheirar perfumes - só isso. Não tinha que fazer (tão bom!) e sim, não foi uma mentira, nem ficção para vos entreter: contei-vos a minha vida real: fui lá comparar fragrâncias e fiz o meu TOP TEN. Como sou uma fofinha, vou partilhar a minha lista.

Cá vai!


Bebé de 4 meses

Já não me lembrava do quão difícil pode ser ESTA ACTIVIDADE num puto de 4 meses...
UFA!

"... e mexe, remexe, se encosta, se enrosca, se abre, se mostra pra mim..."

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Segredos

Qual será o segredo dessas gentes da televisão, que têm todos os dentes branco-lixívia?

 

Mudar de casa - escrita criativa

No 6º desafio, a minha mente brilhante saiu-se com esta... (aguardemos pela da Carlinha do DESCOMPLICÓMETRO).




Recordar e escrever sobre uma das suas mudanças de casa.

Hoje estou sozinha: quero ser ilha e que a minha pele não (te) sinta. Hoje sou apenas eu despida de ti; sou um holograma, um mero apartado, um remetente pouco fidedigno - estou cansada de tantos “eus”.

Seis – 6 mudanças de casa, tantas quantos os amores. Morei em T0 e T1 alugados, falei francês, construí uma casa de sonho, partilhei um BMWX5, roubei bicicletas e acampei à luz da lua. Seis vezes encaixotei a minha vida - suor, coragem, paixão, desilusão, irreverência, alegrias, luto e tudo o resto de que são feitas as vidas (diamantes e cascalhos). Deixei e trouxe retalhos de respiração – do Paulo, do Zeca, do Augusto, da Teresa, da Luísa e, agora, do Jorge – serão os últimos (tantas certezas que o álcool nos dá).

Regressei à casa dos meus pais. Conscientemente, num acto de (pouca) afirmação, voltei a fumar (que fraca que sou) - agora, num canto de um paralelepípedo cheio de nada e de pó, treze anos volvidos, percebo que não cresci (o mesmo Nº 36 de calças da ZARA): estou sozinha por opção – bem que poderia ter mudado este destino com um tiro certeiro de caçadeira (nele, nela ou em mim?). Petrificada, ainda espero o amor-perfeito, aquele ou aquela que me fará prescindir dos papelões da IKEA, da fita adesiva castanha, dos contentores e das empresas de transporte: anseio o último (des)encaixotar, nunca mais estrear lençóis novos ou ter que fazer cópias de chave. Anseio olhar (para ti) e sentir o piscar imediato de um néon pimba dizendo “CASA”. Contigo tive a última oportunidade.

A garrafa de whisky já vai a meio (onde estará o isqueiro?) e, do chão, onde me encontro, os caixotes áridos parecem-me prédios abandonados de uma Nova Iorque sonhada: uma, duas, três, … tantas caixas cheias de nada que chega a ser vergonhoso; olhando os seus reflexos na janela - inebriada, a tender para o coma - já não sei se está na hora de as abrir ou se as acabei de fechar.

(…) Feels like I'm knockin' on heaven's door
Knock-knock-knockin' on heaven's door (…)”

(Voltei a fumar, porra!)

Numa alucinação auditiva, encontro José Régio - “Não sei por onde vou, não sei para onde vou” - e, em apneia voluntária, escorrego da varanda. (Os meus pais viviam no 17º andar.)

Foi este o sonho macabro de que te falei, Duarte (…) Sinto-me uma felizarda por irmos viver juntos!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Telenovela Dancing Days

Assisti agora a uma conversa entre a Raquel e a Júlia sobre tipos de sangue...
Elas hipoteticamente são irmãs na trama.

JÚLIA: - Raquel, já chegaram os resultados dos testes sanguíneos; nós não somos irmãs!
RAQUEL: - O quê?!
JÚLIA: - O meu tipo de sangue é AB e o teu é B.
RAQUEL: - Então quer dizer que só somos meias-irmãs...

Pergunto: o que é que não está bem aqui? Faltaram à aulinha do 8º ano?

(Claro que não espero que toda a gente se lembre disso, mas poxa, numa telenovela!... Tsss, tssss!)

Ainda mais do campeonato nacional de escrita criativa

Este foi o desafio de que menos gostei. Pensei, pensei, pensei e, como tinha que ser, foi! A Descomplicómetro tem uma versão de excelente qualidade. Confirmem!

A beleza chora até morrer. Explore a metáfora (máx. 400 palavras)

O puto regressa da escola com a tarefa de explorar a metáfora: “A beleza chora até morrer”. Conseguem imaginar o meu pânico? Eu, doutorada em Física Quântica (o meu alfabeto são os números), avessa às Letras desde que me conheço, ter que ajudá-lo neste trabalho? (O meu marido – o habitualmente responsável pelo apoio aos TPC’s – está em comissão de serviço, em Angola. Sou mãe e pai).

- “Não vou ser capaz!” (Pensei eu, tentando disfarçar a frustração perante o expectante miúdo de dez anos, mas sem conseguir evitar um ego abalado.)

- “Mãe, devemos escrever entre 200 a 400 palavras. Não percebo bem: como é que a beleza chora?”

Rai’s partam o maricas do professor de português: ele que filosofe sobre o assunto, que assuma que tem mais estrogénios do que tomates (eu já ouvi muitos boatos), que mostre de vez o rosinha que há em si, e não me venha chagar o juízo com merdices destas. Eu sei lá porque é que a “beleza chora”.

- “Vamos ao bowling, filho, esquece isso.” (Apetece-me dizer.)

 Porque ela é parva? Porque não sabe que mais vale um pássaro na mão do que dois a voar? Porque é fraca, mimada? Porque passa fome para atingir o índice de massa corporal da subnutrição? “(…) chora até morrer.” – Claro está, deve sofrer de fibromialgia, ser deprimida, e, humana que é, morre como os outros - os feios (uns choram, outros não), porque todos morrem. A beleza chora até morrer. E daí? O que querem que eu faça? E a fealdade, ri?

- “Dediquemo-nos, então, ao teu TPC…”. (Sentamo-nos à secretária).

            Já disse que sou Professora no Instituto Superior Técnico? Que oriento teses sobre micropartículas, sobre senos e cossenos, estudos com equações que só 1% das pessoas no mundo consegue resolver, que tenho dezassete artigos publicados em revistas internacionais? Ah, pois é! E não, não quero que o meu filho escolha a área das Letras, que é desemprego na certa e meio caminho andado para ficar gay. Que seja economista, gestor, engenheiro ou médico; – o que é que interessa saber se a beleza chora ou se ri até morrer? Não morre na mesma?

-“ Zé, vamos jantar ao MacDonald’s e amanhã fazemos isso. Temos o fim-de-semana todo, não é”?

- “Boa ideia, mãe”.

Amanhã hei - de soltar a Margarida Rebelo Pinto que há em mim…

(Puta que os pariu.)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Boutiques C (vulgarmente chamadas de Lojas dos Chineses)

As boutiques C também estão em promoções.
Ontem, imaginem, trouxe 2 vestidinhos maravilhosos pelo preço de 1: 14 euros.
Até aqui nada de surpreendente, uma vez que estamos em época de saldos.
Giro, giro, foi hoje, ao ir lavá-los, ter reparado nas suas etiquetas: um deles é MADE IN ITALY e o outro MADE IN GERMANY...

Há coisas...

Mais um pouco de ESCRITA CRIATIVA


Liste sete coisas que poderiam acontecer às más pessoas. Depois escolha uma e explore-a.

(Se fossem oito Mandamentos, o oitavo maquiavélico seria passar um dia inteiro com o José Castelo-Branco a ouvir repetidamente o CD de Zé Cabra; ainda bem que são só sete…)

Bolinha vermelha no canto superior direito. Estão avisados.

Escolho aleatoriamente o 4º Mandamento para explorar: já está. Exploração concluída com sucesso. (Devo dizer, caríssimos, que ainda bem que sou boa pessoa - que caia já aqui um avião à minha frente, se eu estiver a mentir).

“… e não nos deixeis cair em tentação…”

1º – Arranhar um quadro de ardósia - asperíssimo! - três vezes por dia durante o resto dos seus dias. (Se a pessoa for mesmo muito má, acresce-se que trabalhe até à reforma sentado ao lado de um colega com bruxismo). Toma e arruma!

2º – Acabar-se a água sempre que tiver o champô no cabelo e imediatamente antes do milésimo de segundo dele cair nos olhos (e não haver toalhas por perto e o champô não ser Johnson para bebés). E agora?! (“Confesso a Deus, todo poderoso e a vós irmãos…”)

3º – Escorregar e partir um dente incisivo de cima, ao entrar como orador principal numa reunião importantíssima, com videoconferência para várias outras empresas, e ter que transmitir credibilidade e segurança para conseguir vender um produto. Aguenta-te, se puderes!

4º – Perceber que, num jantar romântico, acabou de trincar uma lesma que estava na alface e descobrir, ao chegar a casa, uma barata gigante na gaveta da lingerie. (Já ouço o Toy: “Sensual, és tão sensual, tens um ar de mulher fatal”… Ainda há clima?)

5º – Extração da unha do 1º dedo do pé (aaaaaaiiiiii!), antes de se obter o efeito da anestesia local. (F_ _ _ - SE! “… que pequei muitas vezes, por pensamentos, palavras, atos e omissões…”)

6º – Sentir a compulsão para besuntar-se com creme de malagueta, cada vez que tiver pensamentos maus (e tê-los várias vezes por dia). UUiii!

7º – Ter que dormir ad eternum com alguém que ressona em Si sustenido e com um mosquito Zuuum-zuuum insuportavelmente falador e esfomeado. (“… por minha culpa, minha tão grande culpa…”)

Sete Maquiavélicos Mandamentos. Vá de retro. Eu sou tão boazinha que tenho o céu garantido - posso falar à vontade.

(…)

- Aaahh, que nojo! Encontrei uma lesma na salada… e… Cadê o creme? Preciso urgentemente da malagueta… uuuiiiii que dor… Parti o dente!

 

“… mas livrai-nos do mal, Ámen.”


(Querem mais? Mais logo, no sítio habitual: DESCOMPLICÓMETRO)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Perfume

Se exceptuar a compra de 3 genéricos de perfume que adquiri para tirar-teimas (e não recomendo - o cheirinho inicial é idêntico aos originais, mas depois, não só desaparece mais rapidamente, como persiste um nauseabundo cheiro a álcool), não gastava dinheiro em perfumes há seguramente quase 10 anos. Do meu currículo constaram fragrâncias como: cK one; DKNY Be delicious verde; Tommy girl; Amor, amor; Ralph Lauren e Hugo woman. Hoje embarquei numa nova aventura:


(embalagem pequena para, no Natal, poder experimentar outro!)
 

PUZZLE


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Donas de casa (desesperadas)



E eu pergunto:

- As peças de roupa de duas cores: branco e vermelho/preto/azul/castanho/rosa choque/laranja ... onde é que se devem lavar?

a) Com a roupa branca?
b) Com a roupa de cor?

#kaljhlesfvhfeio (isto é um palavrão) - já tentei das duas formas e estrago sempre roupa: ou a própria peça ou outras peças brancas, se as lavo juntamente com a roupa branca.

(Não vale responderem lavar separadamente à mão... isso sei eu)

A minha creche

Hoje o dia está a ser passado com os dois: o de 4 meses e o de 29 meses.


... E depois de mudar uma dúzia de fraldas desde as 7h00 até agora (aos dois), ler 3X a história do "Ruca no escorrega" (aos dois, a pedido do mais velho), ver meia dúzia de episódios do Noddy, de ouvir no youtube o "Sou do Benfica desde pequenino", jogar raquetes, futebol, basquete, cartas, legos, levar o puto a ir pôr o lixo nos contentores... tcharaaaammmm... ele adormeceu!

(E eu também!)


PS: Faltou-me dizer mais uma coisinha: e depois de ter devorado uma tablete de chocolate de amêndoa (Pingo Doce), duas taças de gelado de framboesa gourmet (Continente) e comido tremoços com pimenta (as cebolas curtidas já tinham passado o prazo de validade em Abril, por isso não as comi). E não, não pensei no que fazer para o jantar, nem vou fazer.

domingo, 14 de julho de 2013

BIG BROTHER

Já aqui me tinha assumido seguidora dos "personagens" (contra a vontade dos homens mais velhos cá de casa).

Ouvi, há pouco, da boca do Sr. Tino de Rans, um dos finalistas do programa que, ao que parece, partiu um dente:

"ANTES TER FALHAS NOS DENTES DO QUE NA CABEÇA".

É ou não é uma grande reflexão?

ESCRITA CRIATIVA IV

Novo desafio! CARLINHA também escreve no sítio do costume!


Um homem perde o bilhete ganhador da lotaria. Explore este enredo.

Ficou louco; passa os dias alienado a deambular nos corredores da casa de saúde, em mutismo. Pobre homem. Há bens que vêm por mal…

Não aconteceu nos EUA nem foi história dos meios de comunicação social: o desditoso professor de música por pouco não ficou milionário. A beirar os 40 anos – tímido e desengonçado (solteiro) - levava uma vida de trabalho no seu Clio azeitona a cair de podre, deslocando-se para aqui e acolá, com horários de merda (tapa-buracos) em duas escolas para conseguir pagar as contas. Parecia-me bom homem; pelo menos era bom vizinho. Ganhou na lotaria – “10 milhões de euros” – confidenciou-me ele, trémulo, naquele dia. Bateu-me à porta já depois do jantar a perguntar se lhe emprestava “um calmante fraquinho”, que não estava habituado a tomar “aquelas coisas”, mas que “a ocasião o justificava”. Eu dei-lhe uma palete com 3 Atarax que tinha em casa e que me foram receitados na altura dos exames de admissão à Ordem dos Advogados. Fiquei feliz por ele. Certamente que o dinheiro, não trazendo felicidade, lhe iria colorir a vida cinzenta que levava - assim o denunciava o semblante.

O resto da história foi-me relatado – nunca mais falei com o desgraçado do professor Nuno. Rico, portador do bilhete de lotaria com o número vencedor, no dia a seguir lá fora assumir os seus compromissos habituais e ensinar acordes de guitarra num domicílio: assaltaram-lhe o carro – teria uns CD’s à mostra e pouco mais - e levaram, sem saber, os números vencedores que estariam no porta-luvas, pendentes para a milionária troca no dia a seguir.

Uma tragédia. Nem ganhou Nuno, nem ganharam os vândalos, que não deram pela “coisa”, pelo trevo de quatro folhas que aquele velho Clio guardava (aqueles nem ladrões eram – o automóvel foi queimado e atirado numa ravina poucos quilómetros a seguir ao local do furto). Todos perderam. O professor não precisou mais de Atarax – a sorte (a sorte?) destinou-lhe outros cocktails de pílulas, daqueles que te deixam fora deste mundo.

Ficou louco; passa os dias alienado a deambular nos corredores da casa de saúde, em mutismo, já lá vai mais de um ano. Pobre-rico-homem: há estórias assim.

Eu nunca mais comprei a lotaria; fiquei com a certeza de que há bens que vêm por mal. E não, não se consegue viver feliz para sempre.

 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Escrita Criativa III

Outra versão, AQUI


Liste 10 razões para nunca escrever a história da sua vida. Depois escolha uma e explore-a.

1.      Eu não a quero contar;

2.      Vocês não a querem ouvir;

3.      Sff. ver item Nº2;

4.      Conf. item Nº 1;

5.      Porque não e pronto;

6.      Idem;

7.      Aspas;

8.      Outra vez?

9.      Não conto. Caluda.

10.   Ponto final.

Razão Nº2:

Vocês não querem ouvir que nasci num dia igual aos outros, depois de mais ou menos 40 semanas no útero de minha mãe e que resultei da fusão de um óvulo com um espermatozoide aleatório do meu pai (aposto que se rompeu a borracha). Não querem saber que nasci com 2500g, sei lá quantos cm (telefono à minha mãe?) e que, já na altura, não devia nada à beleza. Mudariam logo de canal se começasse a dizer que fui filha única dez anos, mimada até à má-criação e que bastava apontar o indicador para ter tudo o queria. Não estão interessados em conhecer – e, por isso, nem eu interessada em contar - que passei pela fase de maria-rapaz (passei?), com corte de cabelo à tigela e que usava sandálias com meias brancas até ao joelho. Não querem, de todo, saber que a partir da adolescência (menstruação, estrias e acne a partir dos 13 anos) fui engordando como um elefante, característica que até hoje me define, e que a primeira relação sexual foi aos 16 anos, como “prémio” (prémio?) de uma aposta entre rapazes (todos feios e mal cheirosos – viesse o Diabo e escolhesse). Não vos digo, pelo motivo já esclarecido no Nº 2, que não quis ir para a faculdade, que acabei o 12º ano com média de 14 valores e fiquei em casa a receber o rendimento mínimo e sempre que me chamam para entrevistas arranjadas pelo centro de emprego, masco descaradamente pastilha elástica e faço questão em tirar um ou outro “macaco” do nariz e dizer que tenho um filho menor (mãe solteira, obviamente) que está sempre doente, que apanha as viroses todas da creche: (por isso) nunca trabalhei. Também nunca fiz nenhum filho, escrevi um livro ou plantei uma árvore. A história da minha vida vale zero; eu não a quero contar - (porque) vocês não a querem ouvir.

PS: Não digo, porque ninguém quer saber, que andei dois anos a levar apalpões e beijos na boca da prostituta (e puta) da freira da catequese. Juro que não digo. Chiiiiiiu. Caluda.

Ouvido de passagem

Hoje na praia encontrámos um casal com a sua filhota M., coleguinha de creche do nosso S., ambos com 29 meses.
A miúda, já toda desembaraçada no falar, veio ter connosco, oferecendo uma bolacha ao meu filho que, prontamente a aceitou, e comeu, barrada com areia.
A pequenota, mal se apercebeu que ele a tinha terminado, foi rapidamente buscar outra, entregou-lha sem sequer perguntar se ele a queria, e olha para mim a dizer:

- O S. É LINDO!

(E eu que não queria molhar-me por achar a água demasiado fria, fiquei logo ali toda babada!)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Propuseram-me esta e eu respondi assim II

(Confronte-se outro enredo na DESCOMPLICÓMETRO!)

Vista a pele de uma colher que está dentro de uma máquina de lavar loiça (máx. 400 palavras)


O feitiço concretizou-se: fui transformada numa colher de café – inútil para aqueles que não usam açúcar. Sou supérflua e completamente dispensável numa casa (qualquer cabo desempenha a minha função). Quando a boa educação não abunda, sirvo para lambidelas despropositadas (yeerrrccc!), por todos os grupos etários e sexos (e os poucos George Clooney que por aí andam não usam açúcar nem adoçante). Eu não acreditei quando a Fada Má ameaçou que me transformava em colher e continuo sem perceber porque não caí nas graças dela. Enfim…

Acordei num sítio sujo e nauseabundo, frio como tudo, rodeada de gigantes. Não há luz, a comunicação é feita por apalpões e há pouco espaço para me mexer. É a minha primeira vez. Os outros, quer parecer-me, já estão habituados – não se queixam. Estou aborrecida. Os otimistas dizem que daqui a umas horas a coisa melhora; os hidrofóbicos, pelo contrário, dizem que o pior está para vir. Eu já não vou em cantigas: isto é o que é (ao menos enfiaram-me com a cabeça para cima; outra, como eu, teve pior sorte, sofrerá todo o processo a fazer o pino – coitada – já lhe adivinho as jugulares ingurgitadas e a pletora facial).

Fui comprada em saldos, sou apenas mais uma de meia dúzia. Ainda não conheço os meus donos, não sei se se adoçam, se têm herpes ou HIV ou se pertencem ao grupo dos que me lambem. Pelo burburinho, admito que falta pouco tempo para a lavagem. Tento não pensar muito nisso para não entrar em pânico (sem boca, não há Valium que me valha).Vou deixar-me estar quieta e rezar para que ninguém se meta comigo. Fecho, com as forças que ainda me restam, os olhos e se os voltar a abrir é porque sobrevivi.

O fedor melhorou – um fairy qualquer desintoxicou o ar. Misturam-se os suores: de talheres, de copos, de pratos e de tupperwares. As minhas pupilas readaptam-se à penumbra húmida (a adrenalina reflete-se na midríase). Sobrevivi ao batismo. Não fiz nenhuma amizade: o garfo de sobremesa ainda tentou a sua sorte, mas eu fingi que dormia (quem é que ele pensa que sou?). Não me dói nada – só uma sensação de moimento generalizado. Não posso dizer que gostei, mas também não foi nenhuma experiência traumática – resigno-me a esta sina. Dar-me-ei por feliz se não constipar.

Como se desfará este estúpido feitiço?

(Algum príncipe que me beije?)

terça-feira, 9 de julho de 2013

Tarde de birras

Posso dar uns GRITOS?!
 
 

 
Já perceberam a ideia?!
 
 (Mas acho que ainda me devo considerar uma sortuda: se pesquiso no Google "crianças com birras" aparece-me quase tudo meninas! Ainda bem que tenho dois rapazes!)

 
 

A propósito do texto anterior... ESCRITA CRIATIVA

Eu não diria melhor.
A DESCOMPLICÓMETRO revela tudo. Brevemente, cenas de novos capítulos.

Propuseram-me esta: e eu respondi assim.


         Duas pessoas conhecem-se quando uma delas está à procura de um parente distante. Uma delas é solitária. Explore o enredo.

A avó Madalena já tinha percebido que o homem sentado a seu lado tinha medo. Teria medo de voar?

Ele era obeso, tinha a fácies ruborizada e brilhante do suor, e não sorria; tremia das mãos. Engoliu um calmante, mal se sentou. A avó Madalena não tinha medo de nada. O homem tinha sorte em tê-la ali ao lado.

… recomendamos que se mantenham sentados e com os cintos apertados.

O calmante não surtia efeito – nem uma hora de voo passada e já o homem se tinha socorrido de outro; mantinha um olhar arregalado, como se fosse uma criança aterrorizada por um pesadelo e não parava quieto. Qual seria a sua história? A minha avó conseguia ler a história das pessoas através do olhar – eu não: ainda (só) acreditava no que me diziam: era muito nova – costumava dizer-me ela. Por isso, perguntei-lhe o nome:

- Fernando.

Ele não perguntou o meu, mas ainda assim, eu proferi-lhe:

- Eu sou a Teresa e ela é a avó Madalena.

O homem não pareceu importar-se. O senhor Fernando já era crescido; era quase careca, mas era um medricas (apetecia-me dar-lhe a mão). Ia visitar o seu pai, moribundo, consumido por uma “doença ruim”; não o veria há mais de dez anos. Um engano amoroso tinha-o feito abandonar a família, enfeitiçado por uma rapariga Romena que, em pouco tempo, o havia trocado por outros (ela era prostituta). Com a vergonha e uma personalidade fraca, não terá tido coragem de regressar à sua terra natal e escondeu o sucedido da família durante muitos anos: para não mentir, afastou-se de todos; para não mentir, deixou de falar. Transformou-se num solitário. A avó descobriu isso tudo só de olhá-lo nos olhos. Não tivera coragem de ir ao funeral da mãe, apesar de ter sabido do seu falecimento, dois anos antes. Desta vez, ele tinha decidido não abandonar também o progenitor: iria fazer-se homem (assustado como uma criança) e voltar a ser seu filho nas aparentes últimas semanas de vida que lhe restavam, conforme lhe escrevera no email, um primo. Talvez assim conseguisse remediar a cobardia dos últimos anos e o seu deus o perdoasse.

As manobras de reanimação realizadas pelos assistentes de bordo foram infrutíferas: a avó Madalena disse-me que ele morreu de ataque cardíaco; eu acho que o coração do senhor Fernando parou por saudades e ele morreu de medo e de solidão.

Eu não chorei.

Espelho meu, espelho meu (cozinha minha, cozinha minha...)

... Haverá algum armário de tupperwares mais desarrumado do que o meu?!