sábado, 21 de dezembro de 2013

Desejos para 2014 (este não é o post convencional)

POR FAVOR!
É um pedido de auxílio... a todos vocês - às resmas - que me leem:


NÃO ME DEIXEM ENTRAR EM MAIS NENHUMA LOJA DE CHINÊS PELO MENOS ATÉ 2014.
Nãaaaaooooo!!!!!!!!!!!Barrem-me a entrada, chamem a polícia... sei lá!
É mais forte do que eu... devem ter-me "encarnado" algum chip que me atrai às pechiiiiinchas.

SOCOOOOOOORRROOOO!!!!!! Eu, chinocafílica me confesso.


 

"A sentir-se feliz" - embriagada (?!) - porque hoje foi dia de fazer limpeza à agenda

Ponto 1
Ponto 2
Ponto 7
Ponto 9
Ponto 3
Ponto 4
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 8

SOLVED!

(E o PAI NATAL já anda por aqui... e dois dias de férias fazem um bem inimaginável... e saber que se tem trabalho para onde regressar, também - mesmo que as FINANÇAS sejam uma bosta.)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

FAIL?

"Fail, fail again: fail better"

                                                                                      Samuel Beckett

sábado, 7 de dezembro de 2013

Prenda de Natal

Pode alguém não desejar mais nada a não ser manter aquilo que tem? Pode? Então é mesmo isso.

Que seja um Dia Feliz! (e sempre que relerem esta mensagem também).

domingo, 1 de dezembro de 2013

Entrando no espírito ...

Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos....

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

-Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama

sábado, 30 de novembro de 2013

BH day

Hoje estou em:


BAD
HAIR
DAY



(mas não interessa nada porque vou jantar a um dos meus restaurantes preferidos! E era mesmo só isso que queria dizer; não vos queria desinformados).


 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Uma história para (não) adormecer


Eles não se despediram. Em passos resolutos foram-se afastando: não tinham certezas, mas parecia-lhes que aquela seria a última vez. A ausência de palavras fê-los apartar, sentindo o mesmo: era um ADEUS. Já tinham vacilado demasiado, várias vezes tinha prevalecido o “talvez” no lugar da certeza, do “sim” ou do “não” reflectidos e assumidos. Era uma relação minada há muito. A corda que os unia era uma soma de nós remediados e, destes, alguns fundamentais se tinham deslaçado. (Na vida há nós que se deslaçam por si mesmos). De quem seria a culpa? De um deus em quem não acreditavam? Das mulheres que eram obrigados a suportar todos os dias, contra vontade? Culpa deles? Tudo teorias. Presenças e ausências repetidas tinham desorganizado o jogo. Não serviria de nada, naquele momento, a vitimização nem o apontar do dedo (eles continuavam a caminhar, arrastando os pés, cabisbaixos, de braços pendentes, sem direcção, num rumo improvisado e aleatório).

“(…) Quando os nossos braços ensaiarem um gesto fora do dia-a-dia ou não seguirem a marca deixada pelas rodas dos carros (…) - o melhor sítio para saber qualquer coisa da vida.”

O absurdo: um amor secreto e a sua antítese tornaram aquela situação incomportável – inexequível continuar sem descarrilar, impossível ficar sem partir, no silêncio das palavras (e dos beijos e dos abraços) a que se tinham deixado chegar. Para eles aquele adeus constituiria a única esperança de ficar…

Eles não se despediram. Não houve sentenças - as palavras nunca são só palavras. A par daquele amor homossexual, um egoísmo calado aliado a falta de coragem. (De pseudoteorias estava o mundo cheio). Os dois homens não arriscaram: pareciam dois bonecos de plasticina andando imóveis; não acordaram a tempo.

David por princípio nunca chorava e o vazio encheu-se tanto de nada que nem deixou espaço para as boas recordações. Em fracções de segundo e, paradoxalmente, a meio da passadeira, mas como que para salvá-lo de uma perene tristeza, o líquor começou a jorrar-lhe pelo nariz e pelos ouvidos. O embate foi frontal - um camião TIR: um traumatismo crânio-encefálico. Pedro era agora um cérebro morto num coração vivo.

Tinoni, tinoni, tinoni … Um morto-vivo numa unidade de cuidados intensivos.

Uma estória, como tantas outras, de vidas com bandeiras a meia haste. Houve uma segunda oportunidade: o coração de Pedro continuou a viver noutro corpo, mas nem sempre a vida nos deixa repetir…

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Fui desafiada outra vez!


Há segundos que mudam vidas.

O suor escorria-lhe em bica; Luísa tremia até ao seu mais pequeno átomo de carbono; nem a alma lhe era poupada. A midríase, a respiração entrecortada e a taquicardia eram pouco, quando comparadas à ebulição em que se encontravam os seus neurónios (razão) e músculo cardíaco (coração), ligados por uma rede de aço invisível. Aquela decisão exigia muito mais do que só coragem: Luísa estava prestes a quebrar princípios… Desapegada e destemida era ela, mas a questão que se punha, naquela altura, era a necessidade de uma mentira. Deliberadamente mentir, para não ser eliminada naquela que seria a última e derradeira etapa da selecção. Acrescia-se um factor, que a empurrava para a decisão: sabia que se o fizesse não seria apanhada. As repercussões daquele acto, porém, a acontecerem, poriam em causa uma missão de escala mundial, de biliões de dólares e a esperança de toda uma humanidade na conquista de outros mundos, na expansão do Mundo-Terra ao Mundo-Universo.

Luísa, 35 anos, cientista portuguesa formada na NASA, encontrava-se a um click de enviar o formulário que, na semana seguinte, a iria por (ou não) no planeta Júpiter. Quase uma dezena de anos de preparação, de exigentes treinos físicos, de simulações, de antigravidade, de castração química para evitar que menstruasse, estavam prestes a dar frutos: a viagem interplanetária! A velocidade da luz deixaria de ser só utopia. Desde há vários anos que a astronauta deitava-se e acordava a pensar naquele dia. Não tinha namorados; as hormonas que era obrigada a tomar, roubavam-lhe a libido e ela também nunca tinha bem definido a sua sexualidade. Nunca fora uma prioridade. Vivia no Laboratório; dormia em casa; ouvia jazz. Nas horas livres tinha construído um algoritmo que, no seu PC, mostrava a contagem decrescente, ao milésimo de segundo, e sinalizava todas as provas já superadas. Estava no TOP 10 dos mais de cinco mil concorrentes de todos os cantos do mundo que pretendiam destronar Armstrong na Lua.

Começava, como todos os questionários anteriores, por um “Juro por minha honra ser verdade que …”; a estas palavras, que vinham em maiúsculas e a negrito, seguiam-se uma série de itens para seleccionar “Sim” ou “Não” e que eram eliminatórios.

A última cruz tinha sido colocada. Os dedos trémulos pousados sobre o teclado, o cursor a viajar sobre o botão ENVIAR...

Há segundos que mudam vidas. Mas tudo perece.
 

sábado, 23 de novembro de 2013

FACEBOOK - quando me desafiam, sou assim!


Querido doutor (foi sempre assim que te chamei, desde o tempo dos lençóis de cetim vermelho e do gourmet que caracteriza os inícios de uma relação): estou farta.

Separados (apenas) por uma porta e pelo estatuto, - e também por causa da tua legítima - era ao chat que nos agarrávamos: apaixonámo-nos. Pagavas-me as contas do Holmes Place e dos saldos da Massimo Dutti: gostavas de mim, linda, impecável e calada. Querias as duas: a secretária vassala, e a amante atrevida; eu sabia sê-lo. Nunca me custou satisfazer-te e nunca te cobrei nada: nem tempo, nem Natais; fiz, ainda, sempre por esquecer aquelas vezes em que nem o “comprimidinho azul” te valia…

Os convites foram-me chegando – confesso-te que, poucas vezes, tive eu a iniciativa; recusei os que não me interessavam; fiz “likes”, partilhei fotografias e frases-feitas, e, nós, como habitualmente, em segredo, mantínhamos a vida paralela que nos rejuvenescia, já lá vão meia dúzia de anos. Começaste a sentir-te preterido: imaginaste-me desejada por vários dos teus pseudoamigos do facebook e obrigavas-me a eliminá-los da minha lista. Eu era tua secretária, sim, submissa - sim, senhor doutor - mas no meu facebook não iria permitir que mandasses. As conversas foram azedando: o ciúme patológico transformou-te num animal. Cheguei a bloquear-te para que não me visses online, - se não era contigo, não poderia ser com ninguém – dizias-me tu, - e mantive-me irrepreensível nas funções de secretária. Começaste a tratar-me como uma coisa, uma pastilha elástica do teu Império. Chegaram a censura e ameaças. Atingi o meu limite quando percebi que tinhas criado um perfil falso para me testares: pensavas que eu não sabia, querido doutor? Sei de cor os teus erros ortográficos e a tua incompetência na colocação de vírgulas, separando sistematicamente o sujeito do predicado.

Anexo a minha carta de demissão: todos da Administração se vão rir, vão acreditar que enlouqueci porque vou juntar um atestado de um psiquiatra inexperiente que vai diagnosticar-me uma perturbação obsessivo-compulsiva, onde afirmará que me despeço porque tu não me deixas estar conectada ao chat, a minha obsessão-compulsão… Não te aflijas, doutor, que nunca ninguém vai saber que o Pai das Chiclets tem pouco tesão (nem dos milhares que arrecadaste para a conta da Suiça). Eu sou um túmulo.

Quem sabe se “esta” não vai ser a nova doença do século?

Quem perde és tu. E não, já não gosto.

Ao dispor,

Rosa Kelly.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Mentes brilhantes. Invenções fantásticas.

Hoje foi o dia

CALDOS KNORR. CALDOS KNORR. CALDOS KNORR.
URGO aftas. URGO aftas.
CaNESten.


Pronto. Esse alarido todo para dizer que HOJE FOI O DIA: ganhei coragem - arrisquei.

Substitui, em casa, estas coisinhas por estas coisonas!


(E... apesar de ter os pés quase a cozer, não interessa nada... mantenho-me firme. Bem-vindo, Outono!)

domingo, 20 de outubro de 2013

AEROCHAMBER

Só te digo uma coisa, BENDITA SEJAS TU.

 

Prazeres da carne

- Ficar na cama de manhã e ouvir e ver e sentir a chuva contra a janela - CHECKED!
- A casa a cheirar a bolo de chocolate (porque a dieta do fim de semana deve ser calórica!) - CHECKED!
- Os miúdos no chão a brincar e a rebolar - CHECKED!
- Nós alternando o tapete fofinho do chão com o sofá (e já há uma mantinha ao lado para uma eventual soneca de tarde) - CHECKED!
- Anatomia de Grey como "pano de fundo" - para a tardinha!

(Almoço - restos de ontem; jantar: panquecas (só falta convencer o marido - ele é que as vai fazer e ainda não sabe disso!)
 

sábado, 19 de outubro de 2013

Cansaço

Sabes que estás cansada quando há mais de um mês não pões os pés na ZARA.

(...E folheias o jornal e não lês nada para além dos títulos maiores das notícias... sabes que estás cansada quando nem sequer o Zodíaco lês! Parece que estou cansada!)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eu merecia uma foto

No sofá, esticada (a ver se não me rebentam as varizes), de computador ao colo, a por em dia as ocorrências das últimas 12horas, a ouvir e a ver a chuva a cair; tão bom... de óculos escuros...porque a natureza quis que eu fosse vesgueta e porque deixei os outros óculos no 2º andar, e porque as forças já são poucas...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Há dias assim.

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Régio - Cântico Negro

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

FE LI CIDADE

A felicidade não é ter mais; é precisar de menos.

(Pedro Chagas Freitas - com o meu acordo!)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

EPIDURAL - Mito urbano

Impressiona-me como é que hoje em dia ainda há muitas mulheres que recusam levar epidural na altura dos partos... e o argumento é simples: "dá falta de memória"!

Não minhas queridas, a epidural não dá falta de memória. A falta de memória (concentração) resulta das mil e uma noites que se seguem sem dormir como deve ser! E é isso! Deixem de ser totós e vão ter os pequenos com o mínimo de dor possível!


TESTEMUNHOS REAIS (ou talvez não!) - AQUI: http://demaeparamae.pt/forum/epidural-15

Blá blá blá

Cá em casa: os diálogos...

EU: Blá.blá.blá.blá...

O FILHO DE 31 MESES: Porquê?

EU: Porque blábláblá e blá.

ELE: E porquê?

EU: Como a mamã já disse, porque bláblablá.

ELE: Mas porquêeee?!!

(Andamos nisso)

domingo, 1 de setembro de 2013

Oh, Lord!

OH, LORD!

Som, sff!


Acabaram-se os 5 meses.
De mangas arregaçadas - para o que der e vier!

Oh lord won't you buy me a Mercedes Benz.
My friends all drive Porsches, I must make amends.
Worked hard all my lifetime, no help from my friends.
So oh lord won't you buy me a Mercedes Benz.
Oh lord won't you buy me a color TV.
Dialing for Dollars is trying to find me.
I wait for delivery each day until 3.
So oh lord won't you buy me a color TV.
Oh lord won't you buy me a night on the town.
I'm counting on you lord, please don't let me down.
Prove that you love me and buy the next round.
Oh lord won't you buy me a night on the town.
Everybody, Oh lord won't you buy me a Mercedes Benz.
My friends all drive Porsches, I must make amends.
Worked hard all my lifetime, no help from my friends.
So oh lord won't you buy me a Mercedes Benz.



 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Claro

Claro...
Que há dias claros;
Que há dias assim-assim;
Que há dias de cocó (que eu cá não digo "merda");
Que há começos felizes;
Que há finais infelizes;
Que há começos infelizes e finais felizes (começos infelizes e finais infelizes/ começos felizes e finais felizes);
Claro...
Claro que a contrapartida de haver o claro é haver o escuro.

Claro que sim.
Claro que não.
Claro que talvez.
Fui clara?

LIXO

Em limpezas...

A quantidade de lixo que a vida tem... (mas o inverso também é verdade!).


- Que bom que tenho os contentores da reciclagem/ e outros mesmo aqui ao lado.
Desp(ed)indo-me.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Prazos de validade: DECO e baterias

Alguém me explica o porquê das baterias de telemóvel só terem 6 meses de cobertura de garantia? Cheira-me que se eu fizesse uma cartinha para a DECO conseguiria reaver os 25 EUR que tive que pagar por uma bateria nova... cheira-me...
Acho que ainda vai haver exposição/ reclamação no Livrinho Amarelo...


 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Etiquetas de roupas

Fundamental o aviso que vem nas etiquetas de roupa a dizer:

KEEP AWAY FROM FIRE.

Se não fosse esse aviso, eu não sei se me lembraria de tal coisa...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Conspiração

O Universo conspira a meu favor (NOT!): praia do costume, bar da praia do costume, atendimento do costume.
Para quebrar quase 3 semanas de dieta forçada ("perdi" o cozinheiro cá de casa) - pedi um cheesebuerger com todos os apêndices da ementa e uma Kima (tenho andado a água e a chá gelado sem açúcar, claro, nos últimos tempos).
Tic tac tic tac - nada de estranho, porque ali já se sabe que é para esperar - La Palisse - e eu também não tinha pressa, a companhia era agradável, a meteorologia colaborava. Exactamente 1 hora depois de eu ter feito o meu pedido, chega-se uma (outra) empregada:
- "Já pediu?"
- Já! Há uma hora...
- Eu acho que o pedido não ficou registado...
- Quê? Estou a salivar!
- Vou confirmar...

E sim, o meu pedido não tinha ficado registado. Os banhistas já estavam a modos de ir para casa e vai daí que me fiz de rebelde e de forte e disse:
- Então deixe estar. Já não me apetece.

E bazámos para casa. E comi os restos da sopa do almoço. E estou num desconsolo. E já bebi quase 1L de água e não ajuda. E quase que cheiro o cheesebuerger daqui do meu sofá...
Snif.

Mas sei que não me devo queixar: é o Universo a conspirar a meu favor, para que a minha dieta dê certo!
Obrigada, obrigada!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Prazeres

 
Hoje fui ao híper...
O que eu gostava, há uns vinte e tal anos, desta época: de preparar o regresso às aulas... do cheirinho das folhas dos cadernos por preencher, dos estojos novos, canetas, lápis, dos livros da Plano A, de forrar os livros com plástico (com bonecos coloridos) para não se estragarem, da mochila...
Uuuuiii, o que eu gostava... E todos os dias ia ver e rever o material, folhear os livros, imaginar o horário preenchido, a turma nova, os professores, aventurar-me a começar a resolver exercícios...
Tão bom...
Hoje a ida ao híper foi diferente.

Trancas na porta

Ao tentar sair de casa, percebo que o meu homem me deixou trancada a sete chaves... Não, não é com medo do ladrão ou com medo que eu fuja...é só mesmo porque se tornou um hábito cá em casa, trancar tudo à chave, desde que o nosso Tamagochi de 30 meses chega aos puxadores... Tsss... Vivendo e aprendendo! (Não vá o miúdo resolver dar uma escapadinha e qualquer dia eu começar a ser chamada de avó...)

DescomplicómetroS

S
ES
MES
AMES
GAMES
GAME
GAM
GA
G

(Para a DESCOMPLICÓMETRO me continuar a rogar pragas fofinhas!)

 

Histerismo matinal

Só porque me apetece (e porque o meu Budinha gosta de ver-me e ouvir aos gritos - oops - nos agudos bem afinados -) aqui vai a canção do pós sessão de cócegas matinal...

EnJOY!



(Se poderia ter escolhido outra versão, poderia, mas não seria a mesma coisa.)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

S

S
SO
SOB
SOBR
SOBRA
SOBRAN
SOBRANC
SOBRANCE
SOBRANCEL
SOBRANCELH
SOBRANCELHA
SOBRANCELHAS.

Sobrancelhas... palavra esquisita.

Adalgur-N

OBRIGADA Adalgur-N!

 

TORCICOLO

Hoje acordei com um torcicolo.
E pronto. É só isso que me apraz dizer.

Cá se vai andando (com a cabeça entre as orelhas)

Como canta o OUTRO! É um Artista, este senhor!

Hoje fui aos vinis e os meus vizinhos ouviram:
- Sérgio Godinho, Fafá de Belém, Bon Jovi, Bryan Adams, Celine Dion, W. Houston, Pink Floyd, REM, GNR, Xutos, Carlos Paião... Grande mix.

Quem lhes manda estar em casa a horas em que deveriam estar a trabalhar?



O Coro Das Velhas    
        
Ia eu pelo concelho de Caminha
quando vi sentada ao sol uma velhinha
curioso, uma conversa entabulei
como se diz nuns romances que eu cá sei

Chamo-me Adozinha, disse, e tenho já
os meus 84 anos, feitos há
mês e meio, se a memória não me falha
mas inda vou durar uns anos, Deus me valha

Com esta da austeridade, meu senhor
nem sequer da para ir desta pra melhor
os funerais estão por um preço do outro mundo
dá pra desistir de ser um moribundo

Rabugenta, eu? Não senhor
eu hei-de ir desta pra melhor
mas falo pelos que cá deixo
não é por mim que eu me queixo

Ó Felisbela, ó Felismina
ó Adelaide, ó Amelinha
ó Maria Berta, ó Zulmirinha
vamos cantar o coro das velhas?

Cá se vai andando
c'o a cabeça entre as orelhas

Não sei ler nem escrever mas não me ralo
alguns há que até a caneta lhes faz calo
é só assinar despachos e decretos
p'ra nos dar a ler a nós, analfabetos

E saúde, eu tenho p'ra dar e vender
não preciso de um ministro para ter
tudo o que ele anda a ver se me pode dar
pode ir ele p'ro hospital em meu lugar

E quanto a apertar cinto, sinto muito
Filosofem os que sabem lá do assunto
Mas com esta cinturinha tão delgada
Inda posso ser de muitos namorada

Rabugenta, eu? Não senhor
eu hei-de ir desta pra melhor
mas falo pelos que cá deixo
não é por mim que eu me queixo

Ó Felisbela, ó Felismina
ó Adelaide, ó Amelinha
ó Maria Berta, ó Zulmirinha
vamos cantar o coro das velhas?

Cá se vai andando
c'o a cabeça entre as orelhas

E se a morte mafarrica, mesmo assim
me apartar das outras velhas, logo a mim
digo ao diabo, não te temo, ó camafeu
conheci piores infernos do que o teu

Rabugenta, eu? Não senhor
eu hei-de ir desta pra melhor
mas falo pelos que cá deixo
não é por mim que eu me queixo

Ó Felisbela, ó Felismina
ó Adelaide, ó Amelinha
ó Maria Berta, ó Zulmirinha
vamos cantar o coro das velhas?


(Sérgio Godinho)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Abrir portas

Nós somos casas muito grandes, muito compridas. É como se morássemos apenas num quarto ou dois. Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas.

                                                                                               António Lobo Antunes


 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Crianças e protector solar

Uma boa bodega é o que é - e pachorra para ficar com as roupas deles sempre manchadas? C'um caneco. Pior que isso só mesmo retirar o gelinho.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

PROCURA-SE (e não se encontram!)

ISTO. 24.
Para entrega imediata. Gratifica-se.
 

Coisas sérias

"Há ocasiões em que os sentimentos valem como argumentos."

                                    Miguel Torga

Casa de malucos?

Dás por ti a pensar se não vives numa casa de malucos quando começa a ser hábito falares em inglês  ou mesmo em francês com o teu parceiro, porque o puto de 30 meses já entrou na idade dos porquês e parece um papagaio (a repetir tudo o que ouve) e a privacidade (os cerca de 9% que não publico no facebook) já começa a ser violada...e não queres que ele ouça/ questione determinadas coisas... E no fim levas com o puto a olhar para ti com ar enfurecido/ desconfiado a dizer-te: "Mamã, não fala!" ...

(Criança sofre!)

domingo, 11 de agosto de 2013

Torradeiras (pergunta estúpida)

Pergunta estúpida (ou talvez não):

- Porque é que as torradeiras têm 5 intensidades de torrar e a partir da 2,5 as torradas saem queimadas?

 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Campeonato de poesia

A propósito disto: ESTÁ FEITO.

(Ou tudo ou nada!)

- Muita ferrugem, por estes meus lados. Estas 8 semanas prevêem-se desafiadoras!

Ontem, no PEDIATRA

 
Ontem foi dia da consulta dos 4 meses.
Como sempre, vamos tipo família cigana - os 4. Foi feita a consulta, sem grandes atribulações, e, entre sorrisos, discutiu-se principalmente a introdução dos alimentos (o meu baby já vai começar a comer sopa e fruta - tão pequenino - ainda ontem dava-me pontapés dentro da barriga e antes de ontem era só um traço a mais no teste de gravidez!). Finda esta etapa, quando o S., o mais velho de 30 meses, se apercebe que estávamos nas despedidas, olha para a Dra. P. e pergunta:
 
- "E eu?"
Automaticamente eu e o pai retorquimos:
- "A consulta é do F., filho, hoje não é para ti".
Ao que ele responde:
- "Eu estou doente!"
Dra. P.:
- "O que é que tens, S.?"
- "Tenho tosse".
 
 
E desatou a fingir um acesso de tosse...
 
(E a Dra. P., na sua pachorra, lá lhe pôs o estetoscópio ao peito).

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Facebookofilia

Acordei às 11h e só liguei o computador às 13h34.
Já posso considerar início do desmame?



(OOOpppssss... acho que não vale: no 1º acordar das 8h para tratar do puto, fui ao tablet... O dia ZERO ainda não é hoje).

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Primeira tentativa



Há anos que não escrevo poesia.
Espero que até hoje.
Primeira tentativa - com a única regra de um máximo de 25 versos.
Quanto ao resto: VALE TUDO.

Nota de Rodapé

NEM TUDO O QUE ESCREVO NESTE BLOGUE É MENTIRA.

 

Mulher "Piroposável"

Ao que parece, a avaliar por hoje, voltei aos meus tempos áureos de jovem piroposável! Era vê-los (aos homens e às mulheres) a olhar-me de cima a baixo e certamente a pensar: "que sex bomb"; viravam a cabeça, balbuciavam, faziam aquele olhar de "pô, é mesmo gira" (homens) e "pô, grande vaca" (mulheres)... Senti-me novamente com 16 anos!


(E sim, não vou acabar dando a volta ao texto dizendo uma coisa qualquer inesperada que não a que parece - não, é mesmo isso que quis dizer: a conjugação de estar loira, de unha vermelha e com um "bronze de 10 dias no Brasil" - deu nisso: voltei a ser uma pessoa PIROPOSÁVEL)...

 


PS: o vestidinho preto justo também ajudou; os sorrisinhos do meu baby mais novo também ajudaram.
 
 (POR DENTRO CONTINUO BRANCA; O VERNIZ SAI FACILMENTE COM ACETONA E O LOURO É FALSO. NÃO QUERO ENGANAR NINGUÉM)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Dietas

Parece que sou obrigada a começar uma dieta... Ooppss... parece que já a comecei há 2 dias.

(Eu não queria nada, mas se o homem da casa faz, eu não tenho alternativa. Pois que se inicie a contagem - decrescente, de preferência!)




Vou só ali ao frigorífico comer mais uns brigadeiros, que já começo a ter um "ratinho".

sábado, 3 de agosto de 2013

Sitemeter

O SITEMETER deste blogue está doente (amnésico?) ou então é um complô do universo para deixar-me deprimida... Eu bem sei que estou a anos-luz da Pipoca mais doce, da Quadripolaridades, da Chá verde, da Correndo o Mundo de Saltos (e tudo e tudo e tudo)... mas há vários dias a dizer-me que (SÓ) tenho 20 visitas diárias, é de achar que estamos no 1 de Abril ou então é ir à Fluoxetina e pronto -  talvez assim até recupere mais depressa o peso pré-gravidez  - quem sabe? É que uma pessoa não é de ferro...

A história repete-se...



O meu BUDINHA...

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Publicidade negativa à Boutique dos Relógios do Centro C. Parque Atlântico

Troquei o Centro Comercial do costume pela baixa da cidade...

Vantagem major do dia:

- Paguei menos 1 euro (em vez de 4 EUR, paguei 3) para substituir uma pilha de relógio;  e recebi simpatia. Muito bom. A repetir.

Corolário: tenho andado a pagar 1 euro a mais por antipatia na Boutique dos Relógios... (atenção que o "pequeno" que lá trabalha é excepção à regra).

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Nicholas Sparks, Saramago, Pessoa e Liliane Marise

O título era só mesmo para chamar a atenção... Porque a preguiça para escrever abunda por estes meus lados, fica aqui mais um desafio cumprido, lançado à laia de brincadeira, pelo Bruno...

"Uma Paixão de Verão"


Será lançado em Portugal Continental e Ilhas, já na próxima semana, o mais recente livro de Nicholas Sparks; depois da Trilogia: “Uma paixão de Inverno”, “Uma paixão de Primavera” e “Uma paixão de Outono” – eis que o afamado autor nos aparece com um novo livro que, a avaliar pela crítica inicial, virá surpreender tudo e todos: “Uma paixão de Verão”- um nome a não esquecer.

Sparks surpreende com a inovação e criatividade e certamente não só não desiludirá os leitores habituais, como conseguirá captar inclusive novo público com esta nova obra. “Uma paixão de Verão” promete ser um livro quente, de aroma floral, com cenas de sexo descritas da forma como só o autor consegue, dissimuladas por amor e musicalidade zen à mistura. Quando questionado, Sparks adianta que o livro é adequado a todas as faixas etárias – diz que “tudo depende da interpretação de cada um” e descansa os pais dos adolescentes, afirmando que “não recorre a qualquer tipo de linguagem obscena”. José Saramago e o próprio Eça de Queiroz já o leram (aliás, este último tem um testemunho na capa, entre outros escritores de renome como Carolina Salgado, Fernanda Serrano e Liliane Marise) e já há quem diga que António Lobo Antunes e Fernando Pessoa já fizeram a reserva de um exemplar na Livraria Bertrand do Parque Atlântico.

Se não sabe que prenda oferecer aos amigos, não precisa de procurar mais: faça já a reserva numa livraria perto de si. São quase quinhentas páginas de romance, salpicadas de sal e sol. A primeira edição do livro vem acompanhada com um Kit de oferta: óculos, protector solar, toalha de praia e balde, pá e ancinho do Noddy para as suas crianças. É o livro mais esperado deste Verão, mas sobre este tema, o autor não quis revelar mais pormenores. Para os seus fãs acérrimos, adiantamos que uma fonte habitual da nossa redacção sabe que ele está embalado numa nova criação literária a lançar próximo do Natal: já há quem adiante que o título da nova obra será um de entre duas opções: “Uma paixão de Natal” vs. “Um amor de Natal” – fica a dúvida durante mais alguns meses…

A prenda ideal para si e para aqueles de quem gosta: “Uma paixão de Verão” – não se deixe ficar de fora!

(ACABOU. Pronto, eu sei que não tem piada nenhuma. Admito que foi só mesmo para encher chouriços, mas enfim...)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Licença de Maternidade

Afinal não é eterna... a menos de um mês para chegar ao fim (como é que é possível? Como é que já se passaram quase 5 meses?!).
Caiu-me a ficha hoje, após ter recebido um email do trabalho já com a escala de Serviço para o mês de Setembro...

HELLLLLLLLPPPPPPPPP MEEEEEEE!!!!!!
AAAAHHHHHHHHHH! (= grito de pânico).

ESCRITA CRIATIVA - Decisões difíceis...

(A versão da Carlinha. Tentou fugir ao seu estilo sério: conseguiu esta estória alternativa...)


Escreva sobre uma das mais difíceis decisões que teve de tomar na sua vida.

“… que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer…” (Aquele Inverno, Delfins)

 

Marta não se conteve: abriu sozinha o envelope; 1:32 - estava lá escarrapachada a probabilidade – ela sabia que se aquela fosse inferior a 1:260, decisões difíceis teriam de ser tomadas. E foram.

Telefonou ao João a dizer-lhe que já tinham ligado da Clínica, que teriam consulta  dalí a três dias; antes era imperativo falarem, porque ela ainda não tinha decidido o que fazer.  Os seis dias de espera do resultado do rastreio bioquímico ao sangue, que confirmaria uma elevada probabilidade do seu filho (Marta não gostava de chamá-lo de embrião)  ter uma síndroma que o tornaria uma criança totalmente dependente até ao fim dos seus dias, foram passados a “mudo” no que se refere a este assunto (e a quase todos os outros) e não houve momentos de intimidade entre o casal, porque a mulher não queria acreditar que aqueles míseros quatro milímetros de aumento da espessura da prega da nuca, medidos na ecografia, significariam alguma coisa; não numa vida concebida com puro amor e desejada com todas as suas forças. (Não acreditava, mas sabia que era possível e tinha medo - tremia).

A escolha de fazer ou não a amniocentese era o preâmbulo da decisão que teriam de enfrentar a seguir: abortar ou não. Marta sempre fora anti-aborto. Em teoria, independentemente do resultado do estudo genético, o aborto não seria realizado – era o que defendia até àquele momento, em que a vida a ponha à prova. João era pragmático: “faz-se já” e saltava-lhe um prepotente autoritarismo, que conseguia assustar Marta, a que esta não estava habituada (por isso, a magoava de forma singular). Sim, ele era o pai, mas ela era a Mãe e a Mãe é sempre mais-que-tudo: a vida estava nela - matar o filho?! Que espécie de homem escolhera para amar? E teria João o direito a outra opinião que não a dela?.

A amniocentese foi feita. Foram nove dias de ansiedade angustiada para os dois (para os três?). Ficaram nódoas na alma, fendas no casamento e olhares com tom de voz agressivo ou calados que, pelo menos a rapariga, sabia que não conseguiria esquecer.

A resposta chegou indirectamente por telefone, pela entoação que a obstetra conseguiu dar ao seu discurso: “apareçam cá hoje ao final da tarde”.

(…)

Vicente nasceu; João saiu de casa.

Viver dói. O Vicente sou eu.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

7º desafio


Qual será a cor da revolta? Escreva sobre ela.

                (Não tenho dinheiro. Estou desempregada.)

Revelo tudo desta experiência a troco de três reivindicações. Submeti os sentimentos ao espectrofotómetro e descobri a sua cor. Fiz uma lista, um TOP 5 que um “Era uma vez um Portugal” sentiria, se pudesse sentir: comecei pela REVOLTA. Pensei em situações de vida e de não vida, nas pessoas e nos outros: chorei um Portugal que um dia foi um País, e na revolta comedida e remediada da maioria dos portugueses, nos quais me incluo.

(Preciso de dinheiro; sou capaz de o roubar – vender o corpo, é que não!).

                Desprovida de emoção, examinei-a: a minha retina transformou-se num Prisma de Goethe e vi, por espectrofotometria, a cor da revolta – três segundos de pura revolta colorida. Tantas horas se passaram… a pão e água, a água (só)… Por fim, a descoberta do século: será uma revelação surpreendente, com transmissão em direto para o mundo - esqueçam as outras duas exigências, basta-me dinheiro. A veracidade do resultado é inquestionável e um milhão de euros por uma descoberta deste calibre é uma pechincha – ofereço a patente.

AZUL. Não, esperem! Queria antes dizer: verde (Sporting); minto – vermelho (Benfica!). Azul? Estarei só eu confusa ou apenas a tentar endrominar-vos? Enquanto eu não revelar a minha descoberta, persistirá a completa desgovernação, toda uma Bandeira enxovalhada à espera de salvamento. Abro a janela para desanuviar o ar e pressinto uma hipoglicemia: tonturas e suor (e outra lágrima). Se for preciso mentir, eu minto (nunca acreditem nos mentirosos), mas por um milhão de euros eu conto tudo e nunca mais ouvirão falar de mim. Palavra de honra que não. Apanho um avião – desses que ainda voam – e ponho-me a milhas daqui. Vender o corpo é que não.

(Amanhã é dia de pagar a prestação da casa. Não me lixem).

Para não deixar pistas, rapidamente desmonto o arsenal de aparelhos e queimo os rascunhos dos cálculos que fiz para as experiências-teste. Sorrio-me: neste momento sei de coisas que mais ninguém sabe. Imagino champanhe nos tubos de ensaio e brindo a mim. Dispo a bata, fecho a porta do laboratório clandestino – um quarto na minha casa - (duas voltas e o trinco de segurança) e assobio de mim para mim o Trem das cores de Caetano Veloso, tentando controlar a taquicardia, normal, quando se acabou de fazer uma descoberta que nos fará – e à humanidade - mudar de vida.

(Tenho fome.)


Adeus Portugal.

(GOSTARAM?! Vão lá agora ler o da CARLINHA)

RUCA

Enquanto teclo, estou a ver RUCAS com o meu mais velho. Neste episódio, está o Ruca com os amigos a brincar com plasticina... O meu filho S. (29 meses) saiu-se agora com esta:

ELE - "Mamã, eu quero ir para a casa do Ruca"...
EU: - "Está a chover filho e a mamã não sabe onde é que ele mora".
ELE: - "Vamos de carro. Pergunta ao papá!"


 

Leitura não aconselhada a pessoas sensíveis

KIDS - Dilema

O meu BUDINHA dorme. Está num soninho tranquilo à minha frente, vai fazendo uns sorrisos para o ar e respira num compasso lento. Eu estou esticada no sofá, teclo e vejo um Querido Mudei a Casa (essa nova funcionalidade da MEO, das gravações automáticas, é deveras espectacular!) e tenho sono mas, ao mesmo tempo, preguiça em levantar-me e preparar para a cama. O dia foi cansativo e de correria.

O dilema: eu sei que ele fez cocó - acordo-o ou não para mudar a fralda? Finjo que não reparei - ah e tal... e continuo aqui tipo lontra, como quem não quer a coisa e depois logo se vê? (Problema desta segunda hipótese: se acontecer desgraça a sério - sou eu que limpo...mas... está-se tão bem agora...)

Ai, ai...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Fanta maracujá

E perguntem-me vocês: uma latinha dessas de 330 ml, quantos gramas tem de açúcar?

Suspense...
Suspense outra vez...


40. 40, meu Deus = 7 pacotinhos de açúcar!

VÁ DE RETRO.


terça-feira, 23 de julho de 2013

Aulinha de genética - Grupo AB0

A propósito desta publicação...


GRUPOS sanguíneos ABO (zero)

- Aviso desde já que há vários grupos sanguíneos… este é o mais básico, que poderá ser entendido como “cultura geral” e que, na novela Dancing Days, foi erradamente usado!

O médico da Júlia concluiu que as raparigas eram meias-irmãs partindo do pressuposto que uma delas era do grupo AB e a outra B! Está mal. Podem perfeitamente ser irmãs. Dava direito a processo no tribunal…

Vejamos:

Nós herdamos de cada um dos progenitores uma letra (alelo): A,B ou 0 (Zero).

- O “O” é o + fraquinho” (recessivo) – ou seja, para se ser do tipo “O”, temos que herdar dos pais dois “O” – OO (e somos os dadores universais – podemos dar sangue a toda agente – é o grupo dos altruístas, mas só recebemos dos “Zero”, como nós);

- As letras dominam de igual forma, logo, se eu herdar de um dos progenitores o alelo “A” e de outro o “B” – o meu grupo sanguíneo é “AB” (podemos receber sangue de “todos” – somos os egoístas! – só podemos dar aos AB, como nós).

- Para eu ser “A” e “B” – posso ter dos genótipos: “AO” ou “AA” (para os B a mesma coisa).

Perante esta explicação, se os pais das miúdas forem, por exemplo, os dois AB, dá perfeitamente para elas terem aqueles grupos diferentes; se um dos pais for AB e o outro for A ou B também dá (porque lembrem-se que para ser A posso ser ou AA ou A0…)

Muito confuso?
(Esforcei-me para não usar palavreado médico...)

Diz-me a que cheiras e dir-te-ei quem és

O título não tem nada a ver com o conteúdo deste post. Soou-me bem, só isso, ainda que seja um título um pouco longo. Poderia ter escrito simplesmente "perfumes" ou, noutra versão, "Cocó". Qualquer coisa. Poderia mesmo começar a escrever isto - que ainda não sei bem no que vai dar- sem nenhum título. Se o baby F. acordar, acabou-se, acaba-se logo tudo, porque ele vai berrar, que é como quem diz, a pedir comida; e eu vou ter que lhe dar, se quiser conservar os tímpanos saudáveis durante mais alguns anos.
O outro dia passei cerca de uma hora na Perfumes&Companhia e cheirar perfumes - só isso. Não tinha que fazer (tão bom!) e sim, não foi uma mentira, nem ficção para vos entreter: contei-vos a minha vida real: fui lá comparar fragrâncias e fiz o meu TOP TEN. Como sou uma fofinha, vou partilhar a minha lista.

Cá vai!


Bebé de 4 meses

Já não me lembrava do quão difícil pode ser ESTA ACTIVIDADE num puto de 4 meses...
UFA!

"... e mexe, remexe, se encosta, se enrosca, se abre, se mostra pra mim..."

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Segredos

Qual será o segredo dessas gentes da televisão, que têm todos os dentes branco-lixívia?

 

Mudar de casa - escrita criativa

No 6º desafio, a minha mente brilhante saiu-se com esta... (aguardemos pela da Carlinha do DESCOMPLICÓMETRO).




Recordar e escrever sobre uma das suas mudanças de casa.

Hoje estou sozinha: quero ser ilha e que a minha pele não (te) sinta. Hoje sou apenas eu despida de ti; sou um holograma, um mero apartado, um remetente pouco fidedigno - estou cansada de tantos “eus”.

Seis – 6 mudanças de casa, tantas quantos os amores. Morei em T0 e T1 alugados, falei francês, construí uma casa de sonho, partilhei um BMWX5, roubei bicicletas e acampei à luz da lua. Seis vezes encaixotei a minha vida - suor, coragem, paixão, desilusão, irreverência, alegrias, luto e tudo o resto de que são feitas as vidas (diamantes e cascalhos). Deixei e trouxe retalhos de respiração – do Paulo, do Zeca, do Augusto, da Teresa, da Luísa e, agora, do Jorge – serão os últimos (tantas certezas que o álcool nos dá).

Regressei à casa dos meus pais. Conscientemente, num acto de (pouca) afirmação, voltei a fumar (que fraca que sou) - agora, num canto de um paralelepípedo cheio de nada e de pó, treze anos volvidos, percebo que não cresci (o mesmo Nº 36 de calças da ZARA): estou sozinha por opção – bem que poderia ter mudado este destino com um tiro certeiro de caçadeira (nele, nela ou em mim?). Petrificada, ainda espero o amor-perfeito, aquele ou aquela que me fará prescindir dos papelões da IKEA, da fita adesiva castanha, dos contentores e das empresas de transporte: anseio o último (des)encaixotar, nunca mais estrear lençóis novos ou ter que fazer cópias de chave. Anseio olhar (para ti) e sentir o piscar imediato de um néon pimba dizendo “CASA”. Contigo tive a última oportunidade.

A garrafa de whisky já vai a meio (onde estará o isqueiro?) e, do chão, onde me encontro, os caixotes áridos parecem-me prédios abandonados de uma Nova Iorque sonhada: uma, duas, três, … tantas caixas cheias de nada que chega a ser vergonhoso; olhando os seus reflexos na janela - inebriada, a tender para o coma - já não sei se está na hora de as abrir ou se as acabei de fechar.

(…) Feels like I'm knockin' on heaven's door
Knock-knock-knockin' on heaven's door (…)”

(Voltei a fumar, porra!)

Numa alucinação auditiva, encontro José Régio - “Não sei por onde vou, não sei para onde vou” - e, em apneia voluntária, escorrego da varanda. (Os meus pais viviam no 17º andar.)

Foi este o sonho macabro de que te falei, Duarte (…) Sinto-me uma felizarda por irmos viver juntos!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Telenovela Dancing Days

Assisti agora a uma conversa entre a Raquel e a Júlia sobre tipos de sangue...
Elas hipoteticamente são irmãs na trama.

JÚLIA: - Raquel, já chegaram os resultados dos testes sanguíneos; nós não somos irmãs!
RAQUEL: - O quê?!
JÚLIA: - O meu tipo de sangue é AB e o teu é B.
RAQUEL: - Então quer dizer que só somos meias-irmãs...

Pergunto: o que é que não está bem aqui? Faltaram à aulinha do 8º ano?

(Claro que não espero que toda a gente se lembre disso, mas poxa, numa telenovela!... Tsss, tssss!)

Ainda mais do campeonato nacional de escrita criativa

Este foi o desafio de que menos gostei. Pensei, pensei, pensei e, como tinha que ser, foi! A Descomplicómetro tem uma versão de excelente qualidade. Confirmem!

A beleza chora até morrer. Explore a metáfora (máx. 400 palavras)

O puto regressa da escola com a tarefa de explorar a metáfora: “A beleza chora até morrer”. Conseguem imaginar o meu pânico? Eu, doutorada em Física Quântica (o meu alfabeto são os números), avessa às Letras desde que me conheço, ter que ajudá-lo neste trabalho? (O meu marido – o habitualmente responsável pelo apoio aos TPC’s – está em comissão de serviço, em Angola. Sou mãe e pai).

- “Não vou ser capaz!” (Pensei eu, tentando disfarçar a frustração perante o expectante miúdo de dez anos, mas sem conseguir evitar um ego abalado.)

- “Mãe, devemos escrever entre 200 a 400 palavras. Não percebo bem: como é que a beleza chora?”

Rai’s partam o maricas do professor de português: ele que filosofe sobre o assunto, que assuma que tem mais estrogénios do que tomates (eu já ouvi muitos boatos), que mostre de vez o rosinha que há em si, e não me venha chagar o juízo com merdices destas. Eu sei lá porque é que a “beleza chora”.

- “Vamos ao bowling, filho, esquece isso.” (Apetece-me dizer.)

 Porque ela é parva? Porque não sabe que mais vale um pássaro na mão do que dois a voar? Porque é fraca, mimada? Porque passa fome para atingir o índice de massa corporal da subnutrição? “(…) chora até morrer.” – Claro está, deve sofrer de fibromialgia, ser deprimida, e, humana que é, morre como os outros - os feios (uns choram, outros não), porque todos morrem. A beleza chora até morrer. E daí? O que querem que eu faça? E a fealdade, ri?

- “Dediquemo-nos, então, ao teu TPC…”. (Sentamo-nos à secretária).

            Já disse que sou Professora no Instituto Superior Técnico? Que oriento teses sobre micropartículas, sobre senos e cossenos, estudos com equações que só 1% das pessoas no mundo consegue resolver, que tenho dezassete artigos publicados em revistas internacionais? Ah, pois é! E não, não quero que o meu filho escolha a área das Letras, que é desemprego na certa e meio caminho andado para ficar gay. Que seja economista, gestor, engenheiro ou médico; – o que é que interessa saber se a beleza chora ou se ri até morrer? Não morre na mesma?

-“ Zé, vamos jantar ao MacDonald’s e amanhã fazemos isso. Temos o fim-de-semana todo, não é”?

- “Boa ideia, mãe”.

Amanhã hei - de soltar a Margarida Rebelo Pinto que há em mim…

(Puta que os pariu.)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Boutiques C (vulgarmente chamadas de Lojas dos Chineses)

As boutiques C também estão em promoções.
Ontem, imaginem, trouxe 2 vestidinhos maravilhosos pelo preço de 1: 14 euros.
Até aqui nada de surpreendente, uma vez que estamos em época de saldos.
Giro, giro, foi hoje, ao ir lavá-los, ter reparado nas suas etiquetas: um deles é MADE IN ITALY e o outro MADE IN GERMANY...

Há coisas...

Mais um pouco de ESCRITA CRIATIVA


Liste sete coisas que poderiam acontecer às más pessoas. Depois escolha uma e explore-a.

(Se fossem oito Mandamentos, o oitavo maquiavélico seria passar um dia inteiro com o José Castelo-Branco a ouvir repetidamente o CD de Zé Cabra; ainda bem que são só sete…)

Bolinha vermelha no canto superior direito. Estão avisados.

Escolho aleatoriamente o 4º Mandamento para explorar: já está. Exploração concluída com sucesso. (Devo dizer, caríssimos, que ainda bem que sou boa pessoa - que caia já aqui um avião à minha frente, se eu estiver a mentir).

“… e não nos deixeis cair em tentação…”

1º – Arranhar um quadro de ardósia - asperíssimo! - três vezes por dia durante o resto dos seus dias. (Se a pessoa for mesmo muito má, acresce-se que trabalhe até à reforma sentado ao lado de um colega com bruxismo). Toma e arruma!

2º – Acabar-se a água sempre que tiver o champô no cabelo e imediatamente antes do milésimo de segundo dele cair nos olhos (e não haver toalhas por perto e o champô não ser Johnson para bebés). E agora?! (“Confesso a Deus, todo poderoso e a vós irmãos…”)

3º – Escorregar e partir um dente incisivo de cima, ao entrar como orador principal numa reunião importantíssima, com videoconferência para várias outras empresas, e ter que transmitir credibilidade e segurança para conseguir vender um produto. Aguenta-te, se puderes!

4º – Perceber que, num jantar romântico, acabou de trincar uma lesma que estava na alface e descobrir, ao chegar a casa, uma barata gigante na gaveta da lingerie. (Já ouço o Toy: “Sensual, és tão sensual, tens um ar de mulher fatal”… Ainda há clima?)

5º – Extração da unha do 1º dedo do pé (aaaaaaiiiiii!), antes de se obter o efeito da anestesia local. (F_ _ _ - SE! “… que pequei muitas vezes, por pensamentos, palavras, atos e omissões…”)

6º – Sentir a compulsão para besuntar-se com creme de malagueta, cada vez que tiver pensamentos maus (e tê-los várias vezes por dia). UUiii!

7º – Ter que dormir ad eternum com alguém que ressona em Si sustenido e com um mosquito Zuuum-zuuum insuportavelmente falador e esfomeado. (“… por minha culpa, minha tão grande culpa…”)

Sete Maquiavélicos Mandamentos. Vá de retro. Eu sou tão boazinha que tenho o céu garantido - posso falar à vontade.

(…)

- Aaahh, que nojo! Encontrei uma lesma na salada… e… Cadê o creme? Preciso urgentemente da malagueta… uuuiiiii que dor… Parti o dente!

 

“… mas livrai-nos do mal, Ámen.”


(Querem mais? Mais logo, no sítio habitual: DESCOMPLICÓMETRO)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Perfume

Se exceptuar a compra de 3 genéricos de perfume que adquiri para tirar-teimas (e não recomendo - o cheirinho inicial é idêntico aos originais, mas depois, não só desaparece mais rapidamente, como persiste um nauseabundo cheiro a álcool), não gastava dinheiro em perfumes há seguramente quase 10 anos. Do meu currículo constaram fragrâncias como: cK one; DKNY Be delicious verde; Tommy girl; Amor, amor; Ralph Lauren e Hugo woman. Hoje embarquei numa nova aventura:


(embalagem pequena para, no Natal, poder experimentar outro!)
 

PUZZLE


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Donas de casa (desesperadas)



E eu pergunto:

- As peças de roupa de duas cores: branco e vermelho/preto/azul/castanho/rosa choque/laranja ... onde é que se devem lavar?

a) Com a roupa branca?
b) Com a roupa de cor?

#kaljhlesfvhfeio (isto é um palavrão) - já tentei das duas formas e estrago sempre roupa: ou a própria peça ou outras peças brancas, se as lavo juntamente com a roupa branca.

(Não vale responderem lavar separadamente à mão... isso sei eu)

A minha creche

Hoje o dia está a ser passado com os dois: o de 4 meses e o de 29 meses.


... E depois de mudar uma dúzia de fraldas desde as 7h00 até agora (aos dois), ler 3X a história do "Ruca no escorrega" (aos dois, a pedido do mais velho), ver meia dúzia de episódios do Noddy, de ouvir no youtube o "Sou do Benfica desde pequenino", jogar raquetes, futebol, basquete, cartas, legos, levar o puto a ir pôr o lixo nos contentores... tcharaaaammmm... ele adormeceu!

(E eu também!)


PS: Faltou-me dizer mais uma coisinha: e depois de ter devorado uma tablete de chocolate de amêndoa (Pingo Doce), duas taças de gelado de framboesa gourmet (Continente) e comido tremoços com pimenta (as cebolas curtidas já tinham passado o prazo de validade em Abril, por isso não as comi). E não, não pensei no que fazer para o jantar, nem vou fazer.

domingo, 14 de julho de 2013

BIG BROTHER

Já aqui me tinha assumido seguidora dos "personagens" (contra a vontade dos homens mais velhos cá de casa).

Ouvi, há pouco, da boca do Sr. Tino de Rans, um dos finalistas do programa que, ao que parece, partiu um dente:

"ANTES TER FALHAS NOS DENTES DO QUE NA CABEÇA".

É ou não é uma grande reflexão?

ESCRITA CRIATIVA IV

Novo desafio! CARLINHA também escreve no sítio do costume!


Um homem perde o bilhete ganhador da lotaria. Explore este enredo.

Ficou louco; passa os dias alienado a deambular nos corredores da casa de saúde, em mutismo. Pobre homem. Há bens que vêm por mal…

Não aconteceu nos EUA nem foi história dos meios de comunicação social: o desditoso professor de música por pouco não ficou milionário. A beirar os 40 anos – tímido e desengonçado (solteiro) - levava uma vida de trabalho no seu Clio azeitona a cair de podre, deslocando-se para aqui e acolá, com horários de merda (tapa-buracos) em duas escolas para conseguir pagar as contas. Parecia-me bom homem; pelo menos era bom vizinho. Ganhou na lotaria – “10 milhões de euros” – confidenciou-me ele, trémulo, naquele dia. Bateu-me à porta já depois do jantar a perguntar se lhe emprestava “um calmante fraquinho”, que não estava habituado a tomar “aquelas coisas”, mas que “a ocasião o justificava”. Eu dei-lhe uma palete com 3 Atarax que tinha em casa e que me foram receitados na altura dos exames de admissão à Ordem dos Advogados. Fiquei feliz por ele. Certamente que o dinheiro, não trazendo felicidade, lhe iria colorir a vida cinzenta que levava - assim o denunciava o semblante.

O resto da história foi-me relatado – nunca mais falei com o desgraçado do professor Nuno. Rico, portador do bilhete de lotaria com o número vencedor, no dia a seguir lá fora assumir os seus compromissos habituais e ensinar acordes de guitarra num domicílio: assaltaram-lhe o carro – teria uns CD’s à mostra e pouco mais - e levaram, sem saber, os números vencedores que estariam no porta-luvas, pendentes para a milionária troca no dia a seguir.

Uma tragédia. Nem ganhou Nuno, nem ganharam os vândalos, que não deram pela “coisa”, pelo trevo de quatro folhas que aquele velho Clio guardava (aqueles nem ladrões eram – o automóvel foi queimado e atirado numa ravina poucos quilómetros a seguir ao local do furto). Todos perderam. O professor não precisou mais de Atarax – a sorte (a sorte?) destinou-lhe outros cocktails de pílulas, daqueles que te deixam fora deste mundo.

Ficou louco; passa os dias alienado a deambular nos corredores da casa de saúde, em mutismo, já lá vai mais de um ano. Pobre-rico-homem: há estórias assim.

Eu nunca mais comprei a lotaria; fiquei com a certeza de que há bens que vêm por mal. E não, não se consegue viver feliz para sempre.

 

Espelho meu, espelho meu (cozinha minha, cozinha minha...)

... Haverá algum armário de tupperwares mais desarrumado do que o meu?!