Não tem mais que dizer. É só isso mesmo. Sem rodeios, sem palavras caras, sem acordo ortográfico, sem peneiras, sem expectativas surreais. Sou só eu, mais uma de mim, para o mundo. Um mundo que podes ser tu ou ninguém. Amigos na mesma.
terça-feira, 30 de junho de 2009
(Quase) 1000 visitantes
Se a Estatística for uma ciência exacta, entre hoje e amanhã o MICRO macro PuZzLe contará 1000 visitas!
1000 - pode ser muito, pode ser mais ou menos e pode ser pouco; os números, como (quase) tudo na vida, são muitos relativos. Coisas absolutas, há poucas - assim de repente, só me lembro da absoluta necessidade que sentimos de fazer Chichi quando se está mesmo aflita - (mais alguma coisa?)
Com quase MIL visitantes (alguns dos quais já assíduos) o meu bloguezito está a uma semana de fazer 1 mesito! Como ele cresceu, não acham?
E vocês, caros bloguistas (blogueres?), ainda se lembram dos vossos MIL VISITANTES? How does it feels?
Uma espécie de paradoxo
"Os obesos correm o risco acrescido de ter doenças cardiovasculares mas também são os que, relativamente aos magros, sobrevivem melhor a essas patologias" - revelou o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Carrageta, citando um estudo norte-americano.
Boas notícias para os gordinhos! Mas não se fiquem só por meias palavras. O resto da notícia aqui.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
FRASE DA SEMANA
Cântico Negro (José Régio)
Como é que um ser imperfeito consegue criar ARTE tão perfeita?
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros de que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços, E nunca vou por ali...A minha glória é esta:Criar desumanidades!Não acompanhar ninguém.— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por ondeMe levam meus próprios passos...Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí...Se vim ao mundo, foiSó para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragemPara eu derrubar os meus obstáculos?...Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil!Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tetos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...Eu tenho a minha Loucura !Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,Ninguém me peça definições!Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou, É uma onda que se alevantou, É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou, não sei para onde vou: Sei que não vou por aí!
Sei-o de cor ...
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros de que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços, E nunca vou por ali...A minha glória é esta:Criar desumanidades!Não acompanhar ninguém.— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por ondeMe levam meus próprios passos...Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí...Se vim ao mundo, foiSó para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragemPara eu derrubar os meus obstáculos?...Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil!Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tetos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...Eu tenho a minha Loucura !Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,Ninguém me peça definições!Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou, É uma onda que se alevantou, É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou, não sei para onde vou: Sei que não vou por aí!
Sei-o de cor ...
domingo, 28 de junho de 2009
Para Benfiquistas (ou talvez não!)
"A teoria de Joel Neto é clara: se é certo que a maioria grita pelas cores encarnadas nos Primeiros anos de vida, com o passar da idade, a evolução para os tons verdes é natural e progressiva. Em "Todos Nascemos Benfiquistas (Mas Depois Alguns Crescem)", Joel Neto reúne um conjunto de crónicas onde se debruça, com caneta afiada, sobre o futebol. É preciso dizer que o autor não é um cronista desportivo na verdadeira definição do termo. Então, mas afinal, porque escreve sobre futebol? Porque futebol é os protagonistas, os mister, os lances falhados, as substituições mal planeadas, as chuteiras, os estádios semicheios ou semivazios, os clubes e os apitos, as disputas e questiúnculos. Mas, Joel Neto vai para além deste mundo futebolístico, porque este jogo de bola é também e principalmente amor e ódio, drama e comédia. Que merece lágrimas e gargalhadas. Palmas e assobios. Diga-se em prol da verdade que o autor é um adepto convicto do Sporting."
sábado, 27 de junho de 2009
Indicador de desemprego
Segundo dizem fontes fidedignas, a taxa de desemprego em Portugal atingiu 9,3% em Abril de 2009, um nível que supera a média da Zona Euro (9,2%) e que corresponde à oitava mais elevada entre os membros da União Europeia.
Podemos entender esta mesma informação de uma de duas formas: ou a do copo meio-cheio, ou a do copo meio-vazio:
- Estamos mal, há tantos melhor do que nós; não estamos mal, há tantos pior do que nós...
Interrogação
A Evolução do Homem
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Agora é quase amanhã
quinta-feira, 25 de junho de 2009
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA
Estou de LUTO BRANCO.
Notícia
"Morreu o cantor Michael Jackson
25 de Junho de 2009, 23:34
O cantor Michael Jackson, de 50 anos, morreu esta quinta-feira depois de sofrer uma paragem cardíaca, informou o site americano dedicado às celebridades TMZ. Segundo a informação disponível, Jackson sofreu um enfarte na tarde de hoje e os paramédicos já não conseguiram reanimá-lo.Em declarações ao site TMZ vários familiares de Michael Jackson afirmaram que, antes de ser levado para o hospital, Jackson encontrava-se num estado muito crítico. Não é conhecido qualquer relatório clínico e alguns órgãos de comunicação não conseguem garantir junto de fontes hospitalares que o falecimento tenha ocorrido.Para o próximo mês estava prevista uma digressão de Michael Jackson em Londres.A série de concertos «This Is It!» começava a 13 de Julho de 2009 e terminava a 6 de Março de 2010. Em Março, tinham esgotado os primeiros 750 mil bilhetes.Devido a vários rumores sobre o estado de saúde de Michael Jackson, a pedido da produtora dos espectáculos em Londres o cantor foi sujeito a vários exames médicos.Esta semana o jornal britânico The Sun revelou que Michael Jackson sofria de cancro na pele. "
25 de Junho de 2009, 23:34
O cantor Michael Jackson, de 50 anos, morreu esta quinta-feira depois de sofrer uma paragem cardíaca, informou o site americano dedicado às celebridades TMZ. Segundo a informação disponível, Jackson sofreu um enfarte na tarde de hoje e os paramédicos já não conseguiram reanimá-lo.Em declarações ao site TMZ vários familiares de Michael Jackson afirmaram que, antes de ser levado para o hospital, Jackson encontrava-se num estado muito crítico. Não é conhecido qualquer relatório clínico e alguns órgãos de comunicação não conseguem garantir junto de fontes hospitalares que o falecimento tenha ocorrido.Para o próximo mês estava prevista uma digressão de Michael Jackson em Londres.A série de concertos «This Is It!» começava a 13 de Julho de 2009 e terminava a 6 de Março de 2010. Em Março, tinham esgotado os primeiros 750 mil bilhetes.Devido a vários rumores sobre o estado de saúde de Michael Jackson, a pedido da produtora dos espectáculos em Londres o cantor foi sujeito a vários exames médicos.Esta semana o jornal britânico The Sun revelou que Michael Jackson sofria de cancro na pele. "
(Dancei muito ao som deste Branco-Preto. Era tão boa pessoa; não merecia, tadinho...Que Deus o tenha.)
Ciumentos
Rapazes! Acreditaram na piadinha do namoradinho foi? E ficaram ciumentos, não foi? Tão ciumentos que hoje não tive direito a um comentário sequer... Poxa... Vocês quando querem são mesmo lixadinhos. E não tive um único Príncipe a ir ter comigo ao café (aliás, nem Príncipe nem Porco)...
Pedi um lanche delicioso e, na falta de companhia, papei-o eu - sozinha. Não foi mau.
Um Sonho (afinal tenho tempo)
Convite
Bom dia!
Tomamos um cafezinho juntos? No sítio do costume, à mesma hora, na mesma mesa - aquela, não te lembras, a mais escondida? Para que possamos estar à vontade, longe dos mirones e paparazzi.
Lá estarei, de vestido vermelho e os sapatos de brilhantes que tu dizes parecerem da Cinderela. A frase-chave é "gosto de ti".
(Ah, e eu sou a Cinderela).
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Euromilhões
A pedido de muuuitas famílias (é mentira, ninguém pediu, mas não preciso de contar tudo, não é?) aqui fica a chave do Euromilhões da próxima 6ªF... Desta vez ofereço-vos também as estrelas! (C'o diabo, um dia isto há-de dar certo, não acham?!)
3 - 15 - 18 - 44 - 47 e 5 + 6
- Se algum de vocês tiver outra premonição, pode partilhar comigo, tá?...
O PLÁGIO DA SEMANA
O Plágio da Semana recai sobre esta fantástica ideia que é a mesa de matraquilhos da Barbie (mais feminina não há!). A criadora, Chloé Ruchon, uma jovem designer Francesa, chamou-a de Barbie Foot.
Agora sim haverá lugar a uma disputa leal com o nosso Mais-que-tudo. Enquanto ele se distrai com as curvinhas perfeitas da Boneca, nós vamos marcando pontos!
Eu quero uma ;) É só estar atenta que será comercializada em breve.
Espreitem para mais informações...
terça-feira, 23 de junho de 2009
Ensinamentos Catequéticos
No fundo, no fundo, eu preservo os Ensinamentos Catequéticos e sei que o mais importante de tudo (para além das criancinhas, é óbvio), é o interior da pessoa... Esse sim, deveria ser privilegiado pela Sociedade.
As revistas cor-de-rosa aqui da terra deveriam guiar-se por estes ensinamentos e dar o exemplo: apenas mostras as radiografias das pessoas famosas (sempre íamos vendo a espessura da cortical do osso, se tinham ou não costelas supra-numerárias, etc...) ou mesmo umas TAC's (mais carotas, eu sei, mas reservadas aos mesmo VIP's) para o pessoal apreciar e comentar... Guerra à exibição de vestidos de Miguel Vieira, de decotes da Fátima Lopes ou de plásticas que transformam qualquer velho em qualquer-velho-de-plástica! Queremos ver o interior, o interior...
As revistas cor-de-rosa aqui da terra deveriam guiar-se por estes ensinamentos e dar o exemplo: apenas mostras as radiografias das pessoas famosas (sempre íamos vendo a espessura da cortical do osso, se tinham ou não costelas supra-numerárias, etc...) ou mesmo umas TAC's (mais carotas, eu sei, mas reservadas aos mesmo VIP's) para o pessoal apreciar e comentar... Guerra à exibição de vestidos de Miguel Vieira, de decotes da Fátima Lopes ou de plásticas que transformam qualquer velho em qualquer-velho-de-plástica! Queremos ver o interior, o interior...
A história da formiga
Agora - a (des)propósito do post abaixo - e numa tentativa mordaz de dissipar-vos da mente a ideia de que tenho uma sexualidade mal resolvida, vou contar-vos a história da formiga fêmea e da formiga macho.
Era uma vez, há muitos, muitos anos (atrás? à frente? Daaa?!!!)
Ops, raios partam, lá estou eu outra vez com esta coisa dos sexos... Mas porque é que não podia ser apenas a história da formiga? Porque é que tive de dividir - a formiga fêmea e a formiga macho? É que não consigo disfarçar de todo... Chega de andar a esconder-me do mundo.
Confesso-me: ando no psiquiatra porque sofro de um síndrome muito raro, o síndrome do pensoquetenhoestaeaqueladoençamasseiquenãoatenho. Ok. Já disse.
Dia de GREVE
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Os Palhaços
Nunca gostei de Palhaços. Em pequena, cerrava os olhos e as mãos com toda a força que tinha e escondia-me atrás das pernas poderosas do meu avô, para que, no circo, os Palhaços não me vissem e para que eu pudesse esquecer-me rapidamente da sua imagem. Eram monstros, bocarra enorme, nariz vermelho-sangue-escarlate e uns olhos muito abertos como que a procurarem a presa para o jantar daquele dia. Não sabia, naquela altura, que os Palhaços eram homens, de coração de carne como o meu e o das pessoas de quem gostava. Hoje sei. Mas continuo sem gostar de Palhaços...
As 4 garrafas da Vida do Homem
Não consegui resistir - os cibernautas a sério já devem conhecer estas 4 garrafas da Vida do Homem, mas achei-as dignas de registo.
Eu estou algures entre a Coca-cola e a cerveja... Mas o tempo voa, meus amigos, voa. Por isso, o que vos digo é: CARPE DIEM (enquanto o NaCl não nos entra pelas veias...)
Dar nas vistas
Faltam apenas 2 semanas para arrumar mais um microMACROPuZzLe da minha vida. Dia 1, vida nova! As transformações já começaram - não, não fui à lipoaspiração... Pintei o cabelo e passei do estilo Bárbara Guimarães para o de Catarina Furtado. (Na verdade, são elas que se antecipam aos looks que quero fazer e são elas que ficam parecidas comigo e não o contrário).
Calma, não stressem (estressem) - o essencial ficou, continuo boazona de morrer e a querer dar nas vistas (eu ando com o spray, juro. Se tentarem qualquer tipo de aproximação mal intencionada, levam com o spray arde-olhos). O aviso está feito.
FRASE DA SEMANA
domingo, 21 de junho de 2009
Dilema (chegou o Verão)
HERE COMES THE SUN (bota som!)
Quem não gosta?
Eu vivo com um dilema:
- Ser uma jovem com tom de pele fantástico, oiro doirado (que camufla todas as imperfeições) e uma velha cheia de cicatrizes de basaliomas, carcinomas baso-celulares excisados e, quiçá, melanomas ou uma jovem cor de café fraquinho descafeinado (deslavado; para não dizer mesmo cor de leite sem aditivos), com olheiras (já que não há bronze que as disfarce) e ar de pós gastroenterite, mas uma velha sem rugas e com menos probabilidade de ir à faca várias vezes e ser uma cicatriz ambulante?...
Resumo: ou sou uma jovem feia e uma velha gira ou uma jovem gira e uma velha feia.
Quem me ajuda?
Quem não gosta?
Eu vivo com um dilema:
- Ser uma jovem com tom de pele fantástico, oiro doirado (que camufla todas as imperfeições) e uma velha cheia de cicatrizes de basaliomas, carcinomas baso-celulares excisados e, quiçá, melanomas ou uma jovem cor de café fraquinho descafeinado (deslavado; para não dizer mesmo cor de leite sem aditivos), com olheiras (já que não há bronze que as disfarce) e ar de pós gastroenterite, mas uma velha sem rugas e com menos probabilidade de ir à faca várias vezes e ser uma cicatriz ambulante?...
Resumo: ou sou uma jovem feia e uma velha gira ou uma jovem gira e uma velha feia.
Quem me ajuda?
sábado, 20 de junho de 2009
POST SCRIPTUM
RINITE lê-se "rEnite", apesar de se escrever com "i"
Tarde solarenga, 36ºC à sombra, um relvado do tamanho de um campo de futebol (um campo de futebol) a servir-me de cadeira. Mordidelas de mosquito q.b., rinite exacerbada (lê-se "rEnite", apesar de se escrever com i) pelo pó, pelas árvores (pela Vida), suor por todos os poros do tegumento cutâneo e uma mini-sombra que teimava em deslocar-se mais para Este, cada vez que eu me sentava (para poder acompanhá-la sentei-me e levantei-me umas 6 vezes). Um almoço (meia-dose) com espinhas, uma água fresca que estava choca e os pés sujos de terra imediatamente antes de entrar no carro. 38ºC ao Sol. Uma viagem de 2 horas que durou 1h15. Eu sempre a cantar (a inventar as letras). Duas miraculosas escapadelas a um embate potencialmente fatal et voilà: o meu amor ficou em 2º lugar no torneio de vólei.
(Toda e qualquer semelhança com factos reais é pura coincidência).
Diga bom dia com MOKAMBO
Lalalalalalalalalá... MoKambo, mokambo...
Porque hoje é fim-de-semana e porque hoje não vou trabalhar, só me apetece cantar. E como sou um espírito maquiavélico, a partir do momento em que começarem a ler isto, sugestionados pela imagem e pela clave de sol, vão ficar a cantar esta canção comigo o resto do dia. Sou uma verdadeira penetra de mentes.
- Diga bom dia com mokambo ... (Mokambo, a mistura solúvel com 20% de café!)
UM PEQUENO PARÊNTESIS: também canto durante a semana e gosto do meu trabalho - em determinado sítio e com determinadas pessoas. Que não haja equívocos.
Como não vos posso oferecer os filmes, ofereço as pipocas
As melhores pipocas do planeta ("freiras", como são conhecidas na minha Santa Terrinha) em 20 minutos.
Quem é que usa o avental aí em casa?
1. Cobrir o fundo de uma panela ou tacho com milho.
2. Juntar um pouco de óleo, só o suficiente para untar o milho do fundo do tacho.
3. Ligar o lume (deixar no mínimo) e tapar a panela.
4. Agitar a panela quando se ouve o milho estalar; quando o barulho do milho a estalar diminuir de intensidade, desligar o lume e aguardar até deixar de se ouvir.
5. Destapar a panela e passar as pipocas para uma taça grande.
O Toque de Mestre:
1. Cobrir o fundo da panela com açúcar branco.
2. Lume no mínimo, até ficar calda.
3. Deitar pequena quantidade de pipocas novamente para dentro panela (quantidade para cobrir um pouco mais do que o fundo e ir mexendo com uma colher de pau até o açúcar ficar amarelado). A ideia é “besuntar” as pipocas com esta calda.
4. Quando o açúcar estiver amarelado retirar as pipocas para uma taça.
5. Repetir estas operações até terminarem as pipocas.
3. Deitar pequena quantidade de pipocas novamente para dentro panela (quantidade para cobrir um pouco mais do que o fundo e ir mexendo com uma colher de pau até o açúcar ficar amarelado). A ideia é “besuntar” as pipocas com esta calda.
4. Quando o açúcar estiver amarelado retirar as pipocas para uma taça.
5. Repetir estas operações até terminarem as pipocas.
(PS - Isto é também um mimo à Pipoca mais doce - uma das matriarcas da blogosfera Portuguesa. Quem não conhece?)
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Queriam dinheirinho fácil, não era?!
Oh! Não me digam que não ganharam o Euromilhões?! Tadinhos... tão crédulos que estavam que eu tendia para a Santidade e partilhava com o mundo a chave do sorteio... Não sejam ingénuos. O que eu sei (os meus dons) é uma coisa, o que eu vos digo, é outra. Trabalhem, malandros.
A Princesa e a Ervilha
Uma Lição de Moral fantástica! Não percam. São 3 minutos de uma leitura que mudará para sempre a vossa vida. Mesmo.
(Esta os meus pais nunca me contaram quando eu era pequena. Ainda bem. Hans - devia ter vergonha. De morais destas, está o Inferno cheio.)
Era uma vez um príncipe que queria casar com uma princesa — mas tinha de ser uma princesa verdadeira. Por isso, foi viajar pelo mundo fora para encontrar uma, mas havia sempre qualquer coisa que não estava certa. Viu muitas princesas, mas nunca tinha a certeza de serem genuínas havia sempre qualquer coisa, isto ou aquilo, que não parecia estar como devia ser. Por fim, regressou a casa, muito abatido, porque queria uma princesa verdadeira.
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!, o estado em que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho em toda a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte edredões e vinte colchões. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Aqui têm uma bela história!
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!, o estado em que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho em toda a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte edredões e vinte colchões. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Aqui têm uma bela história!
(Hans Christian Andersen)
Premonição - está quase!
Euromilhões e outras histórias.
É já hoje, meus amigos, que mais de 400 pessoas poderão partilhar o prémio do Euromilhões comigo. Quando vos dei a chave (há uns posts atrás), pensei que seria uma coisa para meia-dúzia de pessoas... mas, não. Parece que tenho tido muitos voyeurs e, pelo menos a chave, todos tiveram a oportunidade de ver. Só não apostou quem não quis. Oportunidades destas não se têm todos os dias - só se forem ao Prof. Bambo. (Ok, a dividir por 400 serão só migalhas, mas o melhor mesmo é não se armarem em esquisitos, pois já dizia o meu tio Augusto que "a cavalo dado, não se olha o dente").
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Piropo
Hoje de manhã, bem cedinho, recebi um piropo: "és boa como um magnum de chocolate" (na verdade foi com sotaque brasileiro e, em vez do "és" foi "você").
Achei piada. Só não fiquei bem disposta o dia todo porque estou "meio-depré"; mas esta "meio-depré" tem os seus dias contados... muito bem contados (13, para ser objectiva).
Tenho um Blogue (ou serei a bisavó mais moderna de todos os tempos?)
Assim como assim
CRÓNICA: por António Lobo Antunes e por mim (ou vice-versa)
Assim como assim, este blog é mais para mim do que para vocês - não vos alimento com falsas intenções. É simpático sabermos que nos lêem, sabe bem ver no Sitemeter a multiplicação das visitas e dos comentários (sabe Deus à custa de que contrapartidas!), mas de uma coisa podem ter a certeza: tudo o que aqui chegar já passou pela minha censura. Só sai o que eu gosto. Como um puzzle, as peças são todas diferentes e, tanto podemos ter uma peça simples, amarela, com uma só saliência (as peças que ficam na periferia do puzzle, as primeiras a encaixar), como uma com todas as cores do arco-íris e toda recortada, daquelas difíceis de descobrir onde ficam.
Hoje, e porque o outro dia me perguntaram, a propósito de um post, afinal quem era a minha paixão assolapada, aqui lhe deixo uma homenagem... (se a pelo menos uma pessoa também agradar, já valeu a pena).
Tanto ruído no interior deste silêncio:
São as vozes dos outros a falarem em mim, pessoas de quem gostei, pessoas que perdi, gente que tenho ainda. Não me parece que herdei muito dos meus pais, dos meus avós: algumas coisas mais ou menos superficiais mas lá no fundo nada. Princípios, claro. Regras. O resto, quase tudo, fiz sempre sozinho. E estive sozinho nos momentos mais difíceis da vida, que sofri na carne como um cão: aquilo que, destilado, aparece nos livros, que são o itinerário de uma aprendizagem e de uma dor, a certeza da vida redimir a morte, da necessidade da alegria, de uma paz intransigente conquistada a pulso. A humilde capacidade de admirar as pessoas, respeitá-las, que tanto tempo levei a conseguir. Olhar nos olhos o que um ano destes não serei. Custa-me a ideia de não escrever, um dia. Do mundo continuar sem mim. De perder corpos, calor: o que ganharei em troca? O meu pai foi-se embora há quatro anos: percebo hoje que existia entre eu e a morte, a defender-me sem saber que me defendia e que a partir de então, quando ela tocar à campaínha, é a minha vez de abrir a porta: não quero chegar à maçaneta a tropeçar, quero mostrar-lhe a casa limpa e pronta. Dizer a quem se achar ao meu lado
– Eu já venho
e descer as escadas. Não se incomodem, não se levantem: sou capaz de descer as escadas sem ajuda até vários palmos abaixo da terra. Espero que haja sol nesse dia, um arrepio alegre nas árvores. Não se incomodem que eu já venho. Sentir-me-ão nos objectos, deixarão de sentir-me a pouco e pouco à medida que a saudade se atenua. Continuarei aqui através dos meus livros, na altura em que ninguém meu conhecido sobrar. Ficam retratos, claro, reflexos pálidos do que fui. Depois nem sequer os retratos, um nome apenas. Páginas e páginas que não imaginarão o que me custaram, a luta permanente, a dificuldade em limpá-las. Tem de passar-se as passas do Algarve para dar prazer ao leitor. Espero que Deus me conceda acabar três ou quatro textos, deixá-los prontos para que outros construam por cima, como eu construí por cima dos que me precederam. Se alguma dignidade de homem tenho deu-me a Arte. Hipócrates: a Arte é longa, a Vida breve, a Experiência enganadora e o Juízo difícil. O meu pai tinha isto num rectângulo de papel, no seu gabinete do hospital. A Arte é longa, a Vida breve. Se te sentes desfalecer pega na tua própria mão para ganhares coragem. Talvez dê resultado. Tentaste. É noite agora, corri as cortinas, estou sozinho. Faltam-me os meus amigos, falta-me o mar. Estantes cheias de lombadas, esta mesa. A esferográfica que lá vai andando aos tropeções. Os cigarros são a água com que empurro a comida das frases. Gostava de deixar de fumar, uma escravidão estúpida. Eis-me sozinho rodeado de vozes. Ninguém me pode ajudar a fazer isto. Se cair do trapézio a responsabilidade é minha e o aleijar das costas também. Conseguirei agarrar o próximo, falharei? Não me interessa narrar histórias, contento-me em abrir o coração. A minha mãe fez noventa anos em dezembro: limita-se a esperar numa cadeira. No que me respeita não vou esperar numa cadeira: a mão desenhará letras até ao fim. Esta não é uma crónica melancólica: é a obstinação do ofício que pratico desde que me conheço, afastando sempre o que o estorvava. Pagam-me para fazer o que faria de qualquer maneira e portanto sou uma criatura feliz. Na altura em que a morte, de que falei há bocado, chegar, já a venci. Amanhã na batalha pensa em mim: título do meu amigo Javier Marías. Hoje na batalha penso em vocês, não deixo de pensar em vocês. Somos tantos, cada um de nós é tantos.
Há horas cortei o cabelo: à minha frente, no espelho, um sujeito a quem cortavam o cabelo e me olhava. Parecíamos desconfiar um do outro e tive vontade de pedir-lhe desculpa por o tratar tão mal, comendo não importa o quê, dormindo pouco, não lhe dando atenção. São Francisco de Assis: confesso que tratei muito mal o meu pobre irmão corpo. Haja alguma coisa em que São Francisco e eu sejamos colegas. Lá estava o António com as madeixas a tombarem na toalha, aquela boca, aqueles olhos. Rugas: serão do espelho ou minhas? Que idade tenho? Sei lá: muda constantemente, para trás, para o lado, às vezes foge-me, outras regressa: ao cortar o cabelo estava ali, viva. E é impossível ser aquilo, é impossível ser isto. Nada em comum entre nós e o cabelo a descer para a toalha, sem cessar. Veio-me à ideia o barbeiro do meu avô, o senhor Melo, a rua 1.º de Dezembro, manucuras que eu achava lindas, tão perfumadas, tão gordas, a arrulharem: devo-lhes a minha primeira erecção consciente, pensei em pedir-lhes para casarem comigo, as duas, de uma vez. Não pedi. Quer dizer pedi sem as palavras e não me responderam, ocupadas a fazerem festinhas nos dedos de uns cavalheiros quaisquer, de joelho activamente
(gosto do activamente) encostado à perna deles. De modo que ao conhecer o desejo conheci o ciúme. E a indiferença já agora, porque não me ligaram nada. Que teria eu de mal para além de oito anos? E oito anos é um defeito assim tão grande? Ninguém sabia, claro, que eu era o escritor mais importante do mundo e maçava-me elas não o reconhecerem com um relance apenas. Um génio ao alcance do braço e as manucuras zuca zuca na fazenda dos cavalheiros. O senhor Melo, esse, entendeu-me o olhar
– O avôzinho nunca deixa que lhe toquem
e eu a achar de imediato que o meu avô era parvo. Mal entrei em casa fui à brilhantina do meu pai (um boião pegajoso) e penteei-me para trás. Só me faltava o smoking e uma actriz ao lado para ser Gary Cooper. Gary Cooper, na minha forma de ver, não andava longe de Camões, de maneira que me espantou, ao jantar, mandarem-me comer a sopa mais depressa. Não imaginava (não imagino) a mãe de Gary Cooper e Camões (uma para ambos chega)
a mandá-los comer a sopa mais depressa. Recordo-me de afirmar
– Sou melhor que Camões e Gary Cooper juntos e multiplicados por dez
e ainda hoje estou para compreender o que significava o silêncio que se seguiu.
PS - António: deu-te prazer a homenagem, deu? Ainda te recordavas desta, Antoninho? (Por mim, aqui deixava uma tua dia sim, dia sim... mas também não se deve partilhar tudo, não é? Ai, se eu contasse os nossos segredos, até as marés se desnorteariam...)
PS2 - podes comentar, que eu não ralho, nem te dou uma semana de castigo. A bem dizer, já não precisas de guardar segredo, porque eu também já não o guardo.
Assim como assim, este blog é mais para mim do que para vocês - não vos alimento com falsas intenções. É simpático sabermos que nos lêem, sabe bem ver no Sitemeter a multiplicação das visitas e dos comentários (sabe Deus à custa de que contrapartidas!), mas de uma coisa podem ter a certeza: tudo o que aqui chegar já passou pela minha censura. Só sai o que eu gosto. Como um puzzle, as peças são todas diferentes e, tanto podemos ter uma peça simples, amarela, com uma só saliência (as peças que ficam na periferia do puzzle, as primeiras a encaixar), como uma com todas as cores do arco-íris e toda recortada, daquelas difíceis de descobrir onde ficam.
Hoje, e porque o outro dia me perguntaram, a propósito de um post, afinal quem era a minha paixão assolapada, aqui lhe deixo uma homenagem... (se a pelo menos uma pessoa também agradar, já valeu a pena).
Tanto ruído no interior deste silêncio:
São as vozes dos outros a falarem em mim, pessoas de quem gostei, pessoas que perdi, gente que tenho ainda. Não me parece que herdei muito dos meus pais, dos meus avós: algumas coisas mais ou menos superficiais mas lá no fundo nada. Princípios, claro. Regras. O resto, quase tudo, fiz sempre sozinho. E estive sozinho nos momentos mais difíceis da vida, que sofri na carne como um cão: aquilo que, destilado, aparece nos livros, que são o itinerário de uma aprendizagem e de uma dor, a certeza da vida redimir a morte, da necessidade da alegria, de uma paz intransigente conquistada a pulso. A humilde capacidade de admirar as pessoas, respeitá-las, que tanto tempo levei a conseguir. Olhar nos olhos o que um ano destes não serei. Custa-me a ideia de não escrever, um dia. Do mundo continuar sem mim. De perder corpos, calor: o que ganharei em troca? O meu pai foi-se embora há quatro anos: percebo hoje que existia entre eu e a morte, a defender-me sem saber que me defendia e que a partir de então, quando ela tocar à campaínha, é a minha vez de abrir a porta: não quero chegar à maçaneta a tropeçar, quero mostrar-lhe a casa limpa e pronta. Dizer a quem se achar ao meu lado
– Eu já venho
e descer as escadas. Não se incomodem, não se levantem: sou capaz de descer as escadas sem ajuda até vários palmos abaixo da terra. Espero que haja sol nesse dia, um arrepio alegre nas árvores. Não se incomodem que eu já venho. Sentir-me-ão nos objectos, deixarão de sentir-me a pouco e pouco à medida que a saudade se atenua. Continuarei aqui através dos meus livros, na altura em que ninguém meu conhecido sobrar. Ficam retratos, claro, reflexos pálidos do que fui. Depois nem sequer os retratos, um nome apenas. Páginas e páginas que não imaginarão o que me custaram, a luta permanente, a dificuldade em limpá-las. Tem de passar-se as passas do Algarve para dar prazer ao leitor. Espero que Deus me conceda acabar três ou quatro textos, deixá-los prontos para que outros construam por cima, como eu construí por cima dos que me precederam. Se alguma dignidade de homem tenho deu-me a Arte. Hipócrates: a Arte é longa, a Vida breve, a Experiência enganadora e o Juízo difícil. O meu pai tinha isto num rectângulo de papel, no seu gabinete do hospital. A Arte é longa, a Vida breve. Se te sentes desfalecer pega na tua própria mão para ganhares coragem. Talvez dê resultado. Tentaste. É noite agora, corri as cortinas, estou sozinho. Faltam-me os meus amigos, falta-me o mar. Estantes cheias de lombadas, esta mesa. A esferográfica que lá vai andando aos tropeções. Os cigarros são a água com que empurro a comida das frases. Gostava de deixar de fumar, uma escravidão estúpida. Eis-me sozinho rodeado de vozes. Ninguém me pode ajudar a fazer isto. Se cair do trapézio a responsabilidade é minha e o aleijar das costas também. Conseguirei agarrar o próximo, falharei? Não me interessa narrar histórias, contento-me em abrir o coração. A minha mãe fez noventa anos em dezembro: limita-se a esperar numa cadeira. No que me respeita não vou esperar numa cadeira: a mão desenhará letras até ao fim. Esta não é uma crónica melancólica: é a obstinação do ofício que pratico desde que me conheço, afastando sempre o que o estorvava. Pagam-me para fazer o que faria de qualquer maneira e portanto sou uma criatura feliz. Na altura em que a morte, de que falei há bocado, chegar, já a venci. Amanhã na batalha pensa em mim: título do meu amigo Javier Marías. Hoje na batalha penso em vocês, não deixo de pensar em vocês. Somos tantos, cada um de nós é tantos.
Há horas cortei o cabelo: à minha frente, no espelho, um sujeito a quem cortavam o cabelo e me olhava. Parecíamos desconfiar um do outro e tive vontade de pedir-lhe desculpa por o tratar tão mal, comendo não importa o quê, dormindo pouco, não lhe dando atenção. São Francisco de Assis: confesso que tratei muito mal o meu pobre irmão corpo. Haja alguma coisa em que São Francisco e eu sejamos colegas. Lá estava o António com as madeixas a tombarem na toalha, aquela boca, aqueles olhos. Rugas: serão do espelho ou minhas? Que idade tenho? Sei lá: muda constantemente, para trás, para o lado, às vezes foge-me, outras regressa: ao cortar o cabelo estava ali, viva. E é impossível ser aquilo, é impossível ser isto. Nada em comum entre nós e o cabelo a descer para a toalha, sem cessar. Veio-me à ideia o barbeiro do meu avô, o senhor Melo, a rua 1.º de Dezembro, manucuras que eu achava lindas, tão perfumadas, tão gordas, a arrulharem: devo-lhes a minha primeira erecção consciente, pensei em pedir-lhes para casarem comigo, as duas, de uma vez. Não pedi. Quer dizer pedi sem as palavras e não me responderam, ocupadas a fazerem festinhas nos dedos de uns cavalheiros quaisquer, de joelho activamente
(gosto do activamente) encostado à perna deles. De modo que ao conhecer o desejo conheci o ciúme. E a indiferença já agora, porque não me ligaram nada. Que teria eu de mal para além de oito anos? E oito anos é um defeito assim tão grande? Ninguém sabia, claro, que eu era o escritor mais importante do mundo e maçava-me elas não o reconhecerem com um relance apenas. Um génio ao alcance do braço e as manucuras zuca zuca na fazenda dos cavalheiros. O senhor Melo, esse, entendeu-me o olhar
– O avôzinho nunca deixa que lhe toquem
e eu a achar de imediato que o meu avô era parvo. Mal entrei em casa fui à brilhantina do meu pai (um boião pegajoso) e penteei-me para trás. Só me faltava o smoking e uma actriz ao lado para ser Gary Cooper. Gary Cooper, na minha forma de ver, não andava longe de Camões, de maneira que me espantou, ao jantar, mandarem-me comer a sopa mais depressa. Não imaginava (não imagino) a mãe de Gary Cooper e Camões (uma para ambos chega)
a mandá-los comer a sopa mais depressa. Recordo-me de afirmar
– Sou melhor que Camões e Gary Cooper juntos e multiplicados por dez
e ainda hoje estou para compreender o que significava o silêncio que se seguiu.
PS - António: deu-te prazer a homenagem, deu? Ainda te recordavas desta, Antoninho? (Por mim, aqui deixava uma tua dia sim, dia sim... mas também não se deve partilhar tudo, não é? Ai, se eu contasse os nossos segredos, até as marés se desnorteariam...)
PS2 - podes comentar, que eu não ralho, nem te dou uma semana de castigo. A bem dizer, já não precisas de guardar segredo, porque eu também já não o guardo.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
PLÁGIO DA SEMANA
O Plágio da semana, rubrica que vê aqui a sua segunda edição, e que será para continuar, vai para:
"Se a wikipédia fosse impressa".
A selecção não foi fácil. Após horas e horas a visitar vários blogs, resisti (protelei?) a várias tentações fáceis, incluindo à tentação de seleccionar mais uma dos Tunalhos, para não me acusarem, tão pequenina que sou, de tendenciosa. (Garanto que eles não me dão nenhuma comissão!)
Gostei de vários posts mas como é "o plágio" e não "os plágios" da semana, tive que optar. Ganhou pela simplicidade.
Conclusão - esta é minha, não copiei -: Se a wikipédia fosse impressa, seria qualquer coisa como este livrinho de bolso! O que é que querem saber? (pág. 16789).
Hoje é assim: despida de (pre)conceitos
É assim que me apresento hoje. Depois da frustração de ontem, de me ter proposto fazer 25 abdominais e nem metade ter conseguido (12,5), decidi, mesmo assim, assumida e convictamente, despir-me.
Ainda me doem as dobradiças e tenho o cérebro dorido de tanta incapacidade... Vivia na ilusão.
Perante a inevitabilidade da coisa - chegada da próxima estação -, aqui estou eu, decidida e despida de (pre)conceitos.
(Sou tipo "pêra", e daí?!)
Ainda me doem as dobradiças e tenho o cérebro dorido de tanta incapacidade... Vivia na ilusão.
Perante a inevitabilidade da coisa - chegada da próxima estação -, aqui estou eu, decidida e despida de (pre)conceitos.
(Sou tipo "pêra", e daí?!)
Afasta-te de mim, como o Diabo da Cruz
Um
Dois
Três
...
Onze
Doze
STOP
E não consegui mesmo mais -12 abdominais consecutivas e forças para que vos quero?... Já fui de arrasto até ao telefone ligar para o 112, alegando uma caimbra permanente no abdómen que parecia irradiar ao cérebro. Não estou em forma, é oficial. Corolário? Afasta-te, Verão, de mim, como o Diabo da Cruz.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Aqui estão as fórmulas
VOLUME E ÁREA DA ESFERA
Porque vi muitos de vocês a corar e não quero que permaneçam na ignorância, aqui estão as fórmulas!
Daqui a uns aninhos, quando os vossos filhos (o mesmo será dizer: sobrinhos, irmãos mais novos, filhos dos amigos, alunos, colegas de trabalho, miúdas que tentam engatar, etc) vos questionarem sobre estas grandes questões, terão a resposta na ponta da língua!
Quem é que é amiga, quem é?!
31 DICAS para um bom post
O MICROmacroPuZzlE já gatinha! Começa a ter personalidade - um tanto ou nada indefinida - mas está cá! Qualquer dia começa a questionar se os bebés vêm mesmo das cegonhas e já sabe de cor a fórmula do volume da esfera e transformar derivadas em integrais... O crescimento é lindo!
Se eu não fosse eu
Se eu não fosse eu, mas fosse uma estranha, confesso que gostava deste blogue!
(E vinha cá várias vezes ao dia ver as actualizações e deixava muuuitos comentários simpáticos).
(E vinha cá várias vezes ao dia ver as actualizações e deixava muuuitos comentários simpáticos).
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Uma Paixão Assolapada
Quem é que nunca teve uma paixão assolapada?!
(Chiiiiiuuuu. É segredo. Não contem a ninguém!)
BOA NOITE.
(in)Sensibilidade - Conto de 30 palavras (ou talvez mais)
Há gente insensível. Tão insensível que não tem cócegas nas plantas dos pés nem nos sovacos, mesmo que se faça a cócega com uma pena de pavão vaidoso. Há gente que não se arrepia e não esboça qualquer esgar em resposta ao mundo.
(E um dia, de tanto praticar a insensibilidade, vai partir, porque a pedra parte e não dobra).
FRASE DA SEMANA
Premonição
Porque não quero ser acusada de egoísmo, aqui fica a chave vencedora do EUROMILHÕES da próxima Sexta-feira:
5 - 8 - 11 - 22 - 45
(Depois não digam que não foram avisados...)
PS - Respondendo ao comentário de É_ê: evidentemente que não vos dou as "estrelas" (altruísmo, mas nem tanto ;)
(Por falar em "egoísmo e altruísmo", merece visita: http://br.geocities.com/petitpinscher/o_fim_dos_tempos_46.html
5 - 8 - 11 - 22 - 45
(Depois não digam que não foram avisados...)
PS - Respondendo ao comentário de É_ê: evidentemente que não vos dou as "estrelas" (altruísmo, mas nem tanto ;)
(Por falar em "egoísmo e altruísmo", merece visita: http://br.geocities.com/petitpinscher/o_fim_dos_tempos_46.html
domingo, 14 de junho de 2009
Caranguejo
Parece que eu sou assim:
"O Protector mal-humorado. Emocional. Pode ser tímido. Muito amoroso e gentil. Bonito. Sócios excelentes para vida. Inventivo e imaginativo. Cauteloso. Tipo de pessoa sensível. Necessidade de ser amado pelos outros. Magoa-se facilmente, mas simpático."
Às vezes sou.
Mas hoje, o que está mesmo, é Sol lá fora!
"O Protector mal-humorado. Emocional. Pode ser tímido. Muito amoroso e gentil. Bonito. Sócios excelentes para vida. Inventivo e imaginativo. Cauteloso. Tipo de pessoa sensível. Necessidade de ser amado pelos outros. Magoa-se facilmente, mas simpático."
Às vezes sou.
Mas hoje, o que está mesmo, é Sol lá fora!
Hoje
Atrevam-se!
DIA MUNDIAL DO DADOR DE SANGUE.
Sejam mais um!
Fica lançado o atrevimento. (Eu atrevo-me!)
Um outro atrevimento, também só para alguns, os mais corajosos, é este...
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Espelho meu, espelho meu (cozinha minha, cozinha minha...)
... Haverá algum armário de tupperwares mais desarrumado do que o meu?!
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... Haverá algum armário de tupperwares mais desarrumado do que o meu?!