sexta-feira, 29 de junho de 2012

Janelas

«A vida
tatuou-me nos olhos janelas
... em que me transcrevo e apago»


Mia Couto

(Obrigada tia Cristina)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Confissões

Eu, Claudiamar, me confesso:

- Todos os dias gosto de dar sossego ao cérebro e de ver ISTO.

(E gosto ainda mais de admirar ISTO)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Lopes da Silva, my name is Lopes da Silva

Estive perto, tão perto! Eu sei que ele me viu! Ah, Pauleta - és mesmo CUCHI-CUCHI!





(O Goleador dos Açores)

sábado, 23 de junho de 2012

Caiu-me a ficha

CAIU-ME A FICHA...

E não é que não houve mesmo subsídio de férias?!
Buéeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Fazer o que ainda não foi feito

(Canta o Pedro e canto eu - logo de manhã, acompanhando a rádio...)

Sei que me vês
Quando os teus olhos me ignoram
Quando por dentro eu sei que choram
Sabes de mim
Eu sou aquele que se esconde
Sabe de ti, sem saber onde
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Trago-te em mim
Mesmo que chova no verão
Queres dizer sim, mas dizes não
Vamos fazer o que ainda não foi feito

E eu sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro
E temos tanto pra contar
Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

E eu sei que dói
Sei como foi andares tão só por essa rua
As vozes que te chamam e tu na tua
Esse teu corpo é o teu porto, é o teu jeito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Sabes quem sou, para onde vou
A vida é curva, não uma linha
As portas que se fecham e eu na minha
A tua sombra é o lugar onde me deito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

E eu sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro
E temos tanto pra contar
Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

Tens uma estrada
Tenho uma mão cheia de nada
Somos um todo imperfeito
Tu és inteira e eu desfeito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

E eu sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro
E temos tanto pra contar
Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

Porque amanhã é sempre tarde demais
Porque amanhã é sempre tarde demais
Porque amanhã é sempre tarde demais

Desejos

Posso pedir um desejo? Só um?

Pirâmide

BAD HAIR DAY...

(Mas hoje não me importei. Valores mais altos se (a)levantaram)

domingo, 17 de junho de 2012

Gritos.

Pedras



Mesmo que o mundo acabe hoje (galáxia colida, meteorito rebente com a crostra terrestre, terramoto revolte o mar, invasão de ET...) eu vou à massagem de pedras quentes. Uma hora inteirinha que saberá a morangos com chantilly (melhor do que um anel de noivado!). Telemóvel (encéfalo) desligado.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Cor de lula-quando-foge


Ainda estou com cor de lula-quando-foge (caga nisso) mas está
oficialmente aberta cá em casa a época das sandálias e dos pijamas de Verão!


segunda-feira, 11 de junho de 2012

XY

Ele é tãaaaaaaaao fofiiiiinho!

(DES)encontro



Desencontro

Só quem procura sabe como há dias
de imensa paz deserta; pelas ruas
a luz perpassa dividida em duas:
a luz que pousa nas paredes frias,
outra que oscila desenhando estrias
nos corpos ascendentes como luas
suspensas, vagas, deslizantes, nuas,
alheias, recortadas e sombrias.

E nada coexiste. Nenhum gesto
a um gesto corresponde; olhar nenhum
perfura a placidez, como de incesto,

de procurar em vão; em vão desponta
a solidão sem fim, sem nome algum -
- que mesmo o que se encontra não se encontra.

Jorge de Sena, in 'Post-Scriptum'

sábado, 9 de junho de 2012

Making Love



I know just how to whisper And I know just how to cry I know just where I find the answers And I know just how to lie I know just how to fake it And I know just how to scheme I know just when to face the truth And then I know just when to dream And I know just where I touch you And I know just what to prove I know when to pull you closer And I know when to let you loose And I know the night is fading And I know the time�s gonna fly And I�m never gonna tell you everything I gotta tell you But I know I�ve got to give it a try And I know the roads to riches And I know the ways to pain I know all the rules and then I know how to break�em And then I always know the name of the game But I don�t know how to leave you And I�ll never let you fall And I don�t know how you do it Making love out of nothing at all Making love Out of nothing at all Making love Out of nothing at all Making love Out of nothing at all Making love Out of nothing at all Making love Out of nothing at all Making love Out of nothing at all Everytime I see you, well the rays of the sun are all Streaming through the waves in your hair And every star in the sky is taking aim at your eyes Like a spotlight The beating of my heart is a drum and it�s lost And it�s looking for a rhythm like you You can take the darkness from the deep of the night And turn it to a beacon burning endlessly bright I gotta follow it �cause everything I know Well, it�s nothing �till I give it to you I can make the runner stumble I can make the final block And I can make every tackle at the sound of the whistle And I can make all the stadiums rock I can make tonight forever Or I can make it disappear by the dawn And I can make you every promise that�s ever been made And I can make all your demons be gone But I�m never gonna make it without you Do you really wanna see me crawl ? And I�m never gonna make it like you do Making love out of nothing at all Making love Out of nothing at all...

O Homem

O Homem

Sophia de Mello Breyner Andresen

Era uma tarde do fim de Novembro, já sem nenhum Outono.
A cidade erguia as suas paredes de pedras escuras. O céu estava alto, desolado, cor de frio. Os homens caminhavam empurrando-se uns aos outros nos passeios. Os carros passavam depressa.
Deviam ser quatro horas da tarde de um dia sem sol nem chuva.
Havia muita gente na rua naquele dia. Eu caminhava no passeio, depressa. A certa altura encontrei-me atrás de um homem muito pobremente vestido que levava ao colo uma criança loira, uma daquelas crianças cuja beleza quase não se pode descrever. É a beleza de uma madrugada de Verão, a beleza de uma rosa, a beleza do orvalho, unidas à incrível beleza de uma inocência humana. Instintivamente o meu olhar ficou um momento preso na cara da criança.
Mas o homem caminhava muito devagar e eu, levada pelo movimento da cidade, passei à sua frente. Mas ao passar voltei a cabeça para trás para ver mais uma vez a criança.
Foi então que vi o homem. Imediatamente parei. Era um homem extraordinariamente belo, que devia ter trinta anos e em cujo rosto estavam inscritos a miséria, o abandono, a solidão. O seu fato, que tendo perdido a cor tinha ficado verde, deixava adivinhar um corpo comido pela fome.. O cabelo era castanho-claro, apartado ao meio, ligeiramente comprido. A barba por cortar há muitos dias crescia em ponta. Estreitamente esculpida pela pobreza, a cara mostrava o belo desenho dos ossos. Mas mais belos do que tudo eram os olhos, os olhos claros, luminosos de solidão e de doçura. No próprio instante em que eu o vi, o homem levantou a cabeça para o céu.
Como contar o seu gesto?
Era um céu alto, sem resposta, cor de frio. O homem levantou a cabeça no gesto de alguém que, tendo ultrapassado um limite, já nada tem para dar e se volta para fora procurando uma resposta: A sua cara escorria sofrimento. A sua expressão era simultaneamente resignação, espanto e pergunta. Caminhava lentamente, muito lentamente, do lado de dentro do passeio, rente ao muro. Caminhava muito direito, como se todo o corpo estivesse erguido na pergunta. Com a cabeça levantada, olhava o céu. Mas o céu eram planícies e planícies de silêncio.
Tudo isto se passou num momento e, por isso, eu, que me lembro nitidamente do fato do homem, da sua cara, do seu olhar e dos seus gestos, não consigo rever com clareza o que se passou dentro de mim. Foi como se tivesse ficado vazia olhando o homem.
A multidão não parava de passar. Era o centro do centro da cidade. O homem estava sozinho, sozinho. Rios de gente _ passavam sem o ver.
Só eu tinha parado, mas inutilmente. O homem não me olhava. Quis fazer alguma coisa, mas não sabia o quê. Era como se a sua solidão estivesse para além de todos os meus gestos, como se ela o envolvesse e o separasse de mim e fosse tarde de mais para qualquer palavra e já nada tivesse remédio. Era como se eu tivesse as mãos atadas. Assim às vezes nos sonhos queremos agir e não podemos.
O homem caminhava muito devagar. Eu estava parada no meio do passeio, contra o sentido da multidão.
Sentia a cidade empurrar-me e separar-me do homem. Ninguém o via caminhando lentamente, tão lentamente, com a cabeça erguida e com uma criança nos braços rente ao muro de pedra fria.
Agora eu penso no que podia ter feito. Era preciso ter decidido depressa. Mas eu tinha a alma e as mãos pesadas de indecisão. Não via bem. Só sabia hesitar e duvidar. Por isso estava ali parada, impotente, no meio do passeio. A cidade empurrava-me e um relógio bateu horas.
Lembrei-me de que tinha alguém à minha espera e que estava atrasada. As pessoas que não viam o homem começavam a ver-me a mim. Era impossível continuar parada.
_ Então, como o nadador que é apanhado numa corrente desiste de lutar e se deixa ir com a água, assim eu deixei de me opor ao movimento da cidade e me deixei levar pela onda de gente para longe do homem.
Mas enquanto seguia no passeio rodeada de ombros e cabeças, a imagem do homem continuava suspensa nos meus olhos. E nasceu em mim a sensação confusa de que nele havia alguma coisa ou alguém que eu reconhecia.
Rapidamente evoquei todos os lugares onde eu tinha vivido. Desenrolei para trás o filme do tempo. As imagens passaram oscilantes, um pouco trémulas e rápidas. Mas não encontrei nada. E tentei reunir e rever todas as memórias de quadros, de livros, de fotografias. Mas a imagem do homem continuava sozinha: a cabeça levantada que olhava o céu com uma expressão de infinita solidão, de abandono e de pergunta.
E do fundo da memória, trazidas pela imagem, muito devagar, uma por uma, inconfundíveis, apareceram as palavras:
- Pai, Pai, por que me abandonaste?

Então compreendi por que é que o homem que eu deixara para trás não era um estranho. A sua imagem era exactamente igual à outra imagem que se formara no meu espírito quando eu li: .
- Pai, Pai, por que me abandonaste?
Era aquela a posição da cabeça, era aquele o olhar, era aquele o sofrimento, era aquele o abandono, aquela a solidão.
Para além da dureza e das traições dos homens, para além da agonia da carne, começa a prova do último suplício: o silêncio de Deus.
E os céus parecem desertos e vazios sobre as cidades escuras.
Voltei para trás. Subi contra a corrente o rio da multidão. Temi tê-lo perdido. Havia gente, 'gente, ombros, cabeças, ombros. Mas de repente vi-o.
Tinha parado, mas continuava a segurar a criança e a olhar o céu.
Corri, empurrando quase as pessoas. Estava já a dois passos dele. Mas nesse momento, exactamente, o homem caiu no chão. Da sua boca corria um rio de sangue e nos seus olhos havia ainda a mesma expressão de infinita paciência.

A criança caíra com ele e chorava no meio do passeio, escondendo a cara na saia do seu vestido manchado de sangue.

Então a multidão parou e formou um círculo à volta do homem. Ombros mais fortes do que os meus empurram-me para trás. Eu estava do lado de fora do círculo. Tentei atravessá-lo, mas não consegui. As pessoas apertadas umas contra as outras eram como um único corpo fechado. À minha frente estavam homens mais altos do que eu que me impediam de ver. Quis espreitar, pedi licença, tentei empurrar, mas ninguém me deixou passar. Ouvi lamenta­ções, ordens, apitos. Depois veio uma ambulância. Quando o círculo se abriu, o homem e a criança tinham desapareci­do.

Então a multidão dispersou-se e eu fiquei no meio do passeio, caminhando para a frente, levada pelo movimento da cidade.

Muitos anos passaram. O homem certamente morreu. Mas continua ao nosso lado. Pelas ruas.

Aftas

Grrrrrrrrr.... Voltaram.

(Sempre que as aftas me aparecem, rumino a frase: "as aftas ardem e as hemorróidas idem").


Maluca? Quem, eu?

quarta-feira, 6 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O fim do mundo

ATENÇÃO, por favor:

- Li de fonte segura que a Via Láctea vai colidir com a Andrómeda daqui a 4 mil milhões de anos.

Não deixem para amanhã o que podem fazer hoje.

1 de Junho e 1980.

1 de Junho: Dia Mundial da Criança (assim sendo, posso dizer que é o meu dia, não posso?!)

Ora - nasci em 1980, noves fora, ... sou uma criança, sim.

Espelho meu, espelho meu (cozinha minha, cozinha minha...)

... Haverá algum armário de tupperwares mais desarrumado do que o meu?!